Tema JRA: Biodiversidade e Floresta

Apesar de proibido desde 1993, o químico TBT usado em tintas para barcos continua a contaminar o mar. Prova disso, é o aparecimento de fêmeas com características de machos

Apesar de proibido desde 1993, o químico TBT usado em tintas para barcos continua a contaminar o mar. Prova disso, é o aparecimento de fêmeas com características de machos

Memória descritiva

Apesar de proibidas deste 1993, o uso de tintas anti-vegetativas em barcos continua a poluir os ecossistemas marinhos. Estudo realizado entre novembro de 2015 e maio de 2016, na Nazaré, demonstra que há fêmeas de moluscos que possuem características sexuais masculinas. Tornam-se estéreis, pondo em risco o equilíbrio ecológico.

O TBT é um biocida utilizado em tintas antivegetativas, usadas na prevenção da bioincrustação, evitando o aparecimento de organismos nas superfícies onde eram aplicadas
A bioincrustação aumenta a rugosidade do casco provoca uma diminuição da velocidade dos navios, aumento do consumo de combustível e promove a corrosão do casco. As tintas anti-vegetativas são de grande importância pois resolvem estes problemas
Foi desenvolvida uma investigação sobre os níveis de imposexo causados pelo TBT em moluscos da espécie Nassarius Reticulatus na região da Nazaré. Foram recolhidos cerca de 150 exemplares, com uma nassa com isco. Os dados obtidos revelam que em 50 fêmeas analisadas 46 apresentam imposexo, o que sugere que, na região da Nazaré, o TBT está presente em altas concentrações. Quando as fêmeas revelam imposexo tornam-se estéreis o que destina a população ao risco de desaparecimento, pondo em risco toda a cadeia trófica, desequilibrando todo o ecossistema.

Sapal de Corroios: um ambiente rico em biodiversidade mas também em lixo e sucata

Sapal de Corroios: um ambiente rico em biodiversidade mas também em lixo e sucata

O sapal de Corroios desempenha um papel vital para as populações de peixes, bivalves, crustáceos e aves limícolas, residentes e migratórias do estuário do rio Tejo, a maioria das quais oriunda do norte da Europa. No inverno, podem permanecer nesta área 5 a 10 mil aves.
A vegetação aqui existente apresenta uma grande produtividade biológica e a capacidade de despoluição das águas.
O Observatório de Aves no Sapal de Corroios localiza-se na Ponta dos Corvos na Península do Alfeite, em Corroios, Seixal. O projeto arquitetónico inovador é da autoria do arquiteto David Seabra, tendo sido utilizados plásticos reciclados. Está completamente integrado na paisagem. É uma importante estrutura de apoio à conservação da natureza, com um grande valor turístico. Contudo, numa visita realizada em maio revelou a necessidade de olhar para este observatório com cuidado. A presença de muito lixo afeta a biodiversidade e o equilíbrio deste ecossistema tão importante.

Unidos pela Vida

Unidos pela Vida

Fazendo a sua investigação, na expectativa de que a flor se digne a apresentar os seus estames carregados de pólen, o inseto observa. Quando o “milagre” acontecer ele obtém o seu precioso alimento e transporta o pólen para as flores vizinhas.
É uma união pela Vida, a parceria de sobrevivência da planta e do animal, a garantia da variabilidade genética para evitar a extinção.

Feridas na Paisagem  | Wounds in the landscape

Feridas na Paisagem | Wounds in the landscape

Por planícies a perder de vista salpicadas de sobreiros e azinheiras, com aromas de urze, lavanda e rosmaninho, sente-se a paz, a calma e a serenidade da Natureza. Uma pegada de javali, uma abelha que poliniza uma flor, um veado que desfila ao longe, uma águia que sobrevoa vigilante, o canto do rouxinol e da cotovia transportam o visitante para o paraíso. Ao longe a Serra de Ossa, imponente. Aproximamo-nos e eis que surgem as primeiras feridas na “Mãe Terra” – as pedreiras de mármore. Com o seu equilíbrio tão perturbado a Terra chora e nós sentimos a sua dor – com uma lágrima no olho.