O confinamento pode salvar as abelhas?

A crise de biodiversidade dos polinizadores não deixou de estar presente ao longo do confinamento social. Esta medida, de“lockdown”, ambientalmente trouxe uma redução da poluição atmosférica e tem ajudado o ecossistema com o aumento do número de plantas silvestres nos passeios e espaços públicos. Estará o aumento de plantas silvestres a impedir o declínio da população de abelhas?

As plantas silvestres estão a crescer livremente pelas beiras dos passeios sem as agressões que o homem costumava impor

Efetivamente, sem o corte da vegetação espontânea, que cresce nas vias públicas, os insetos, importantes para o equilíbrio dos ecossistemas, como as abelhas, voltam a ter recursos importantes, que sem este “lockdown” teriam sido devastados. Carla Rego, investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais de Lisboa (cE3c) diz que “a vegetação espontânea tem o seu papel a cumprir nos ecossistemas, mesmo num meio urbano” e sublinha que “atravessamos um momento de grande crise em termos de perda de biodiversidade de insetos, sobretudo  de polinizadores”, informou Carla, ao jornal Público, em março de 2019. Esta proliferação de plantas silvestres está visivelmente a trazer uma lufada de ar fresco à tão ameaçada abelha e outros insetos, que por esta altura facilmente se podem observar junto às tão mal amadas ervas daninhas.

Plantas espontâneas conseguem embelezar os passeios

Plantas espontâneas conseguem embelezar os passeios

Oxalis pes-caprae

Oxalis pes-caprae (planta da azeda), uma praga muito apreciada pelas abelhas.

Bombus terrestris (abelhão) junto a um passeio onde as plantas cresceram livremente

A presença das plantas não atrapalha os transeuntes

Luís Martins