Natal Sem Etiqueta

Aproveitando uma visita ao centro de Leiria, abordamos duas pessoas que nos responderam às seguintes perguntas: - “Tem noção da quantidade de roupa que compra?” - “Não” - “Tenho” - “Consegue associar a nossa árvore de Natal ao consumismo?” - “Sim” - “Sim” - “Acha impressionante a quantidade de etiquetas que recolhemos em dois meses? Se sim, porquê?” - “ Sim, porque não temos noção da necessidade”. - “ Sim, porque evidencia o consumismo”.

A sobreprodução na indústria da moda é um dos maiores problemas ambientais atuais, desde a produção, fabrico, transporte e uso (lavar, secar e engomar). Em Portugal, a Agência Portuguesa do Ambiente indica que os portugueses deitam 200 mil toneladas de roupa para o lixo todos os anos. Os impactos ambientais sentem-se sobretudo ao nível do consumo de água, da erosão dos solos, da emissão de CO2 e dos resíduos e desperdícios resultantes. Realizámos uma recolha de etiquetas de roupas para podermos entender todas estas questões. De uma amostra de 452 etiquetas, verificámos que 47% são provenientes do Bangladesh, 33% da China, 16% do Vietname e 2% de Portugal. E os impactos também são sociais, para ser competitiva e vender cada vez mais barato, a indústria têxtil localiza a sua produção em países com baixo custo de mão-de-obra, condições laborais precárias, insegurança no trabalho abusos e violência. Desta forma, queremos alertar e apelar a um consumo mais consciente. Neste Natal, vamos olhar para a etiqueta #made in Portugal.

Marlon Jalil e Sara Carvalho