Pandemia não trava os pequenos agricultores

«Cultivar uma horta é um exercício de confiança. Estamos sempre dependentes de situações que não controlamos», confessa Marília, uma de tantas mulheres do interior rural do nosso país, que continua a cultivar mais de metade dos vegetais que o seu agregado familiar consome. Foi ainda no início da pandemia de COVID-19 que se deixou fotografar, retratando a prática agrícola para consumo próprio, que tem gradualmente desaparecido de todo o território nacional.

De um dia para o outro, a pandemia de COVID-19 parecia ter tomado o lugar de preocupação central da vida de todos. O isolamento passou a ser palavra de ordem e o país fechou-se em casa. Durante este período, os poucos pequenos agricultores do nosso país cultivaram as suas batatas. Foi o caso de Marília, que ainda cultiva a maior parte dos vegetais que consome. A batata (ainda) é um dos alimentos centrais de muitas mesas portuguesas e a de Marília não é exceção. O isolamento não travou a lavoura e o cultivo que lhe virá a garantir esse alimento na sua mesa durante grande parte do ano. «Estamos sempre dependentes de situações que não controlamos. Seja a chuva, o calor, o frio, as pragas…», referiu. Na sua horta, não entram herbicidas ou pesticidas químicos e tudo é feito da forma mais sustentável possível.

Hoje, dia mundial da fotografia, recuperamos esta fotogaleria, numa homenagem a todos aqueles que ainda fazem este “exercício de confiança”, exemplo de sustentabilidade.

Eduardo José Martins Veiga