Zona Costeira em risco na Nazaré

O esporão onde se encontrava este farol, na Nazaré, levou à maior deposição de sedimentos de um lado (Norte). Simultaneamente, impedia que se depositassem do lado oposto (Sul) Assim, a erosão atuou intensificadamente nas rochas que suportavam o farol, acabando por levar à sua queda.

Os Esporões são construções perpendiculares à linha de costa. Tanto promovem a sedimentação como a erosão, devido à dinâmica das ondas. Os esporões são construídos, por vezes acompanhados de paredões e quebra-mares, para regularizar a dinâmica costeira de modo a diminuir as taxas de recuo da linha de costa, o que é necessário por causa da enorme pressão causada pela erosão nas regiões costeiras e a elevada densidade populacional destas áreas. No entanto, estas construções apresentam eficácia reduzida e chegam a afetar severamente a dinâmica costeira, forçando investimentos na construção de estruturas adicionais. Isto acaba por se tornar um “ciclo vicioso”. No caso dos esporões, são construídos novos esporões para combater a erosão intensificada dos esporões já existentes, mas estes acabam, por sua vez, por causar também a erosão intensificada de um lado. Assim, a construção de esporões não é uma medida eficaz a longo prazo para combater o recuo da linha de costa.

Concluíndo, as praias e outras regiões costeiras estão em risco de recuo da linha de costa. A praia da Nazaré não é exceção, o que é exemplificado pela queda do farol, que nos mostra a erosão agravada que resulta da construção de esporões.

Tomé Carvalho , Luís Mateus , Inês Santos , Tiago Lourenço