Uma Tacada para um Futuro Ecológico

O Campo de Golfe do Aqueduto surgiu da vontade do Município de Paredes criar um espaço dedicado a esta modalidade. Destaca-se por ser um espaço verde onde já estão a ser implementadas medidas de proteção e prevenção ambientais, porém, a comunicação com os seus associados precisa ser melhorada.

O Campo de Golfe do Aqueduto, localizado em Vila Cova de Carros na freguesia de Paredes, tem uma extensão de 5 hectares e localiza-se junto a um aqueduto, monumento do século XIX conhecido com “calões” que distribuía a água por 500 metros até à população da aldeia. É por isso um campo de golfe que se diferencia pelo seu enquadramento natural e paisagístico.

Concebido pelo arquiteto José Lencastre, o Campo de Golfe possui 9 buracos onde numa partida regular se repete o circuito 2 vezes. Em média, o campo tem cerca de 60 visitantes por dia que vêm nesta modalidade uma forma de estar em contacto com a natureza e ao mesmo tempo fazer exercício físico e relaxar. Segundo o sócio Elísio Fresco, trata-se de “um desporto agradável ao ar livre, muito mental e desafiante”. Para promover a modalidade, foram estabelecidos protocolos com o Município e a suas várias escolas. Com o objetivo de promover atividades de educação ambiental permanentes, foi criado um Centro de Interpretação Ambiental, que atualmente encontra-se fora de uso; ainda assim, o campo de golfe recebe cerca de 1000 crianças do 1.º e 2.º ciclos por mês que participam no percurso ambiental.

Ao nível da sustentabilidade são adotadas um conjunto de medidas de promoção, nomeadamente através da criação de um percurso ambiental, e ainda de preservação e conservação da biodiversidade, com a criação de áreas que abrigam espécies a proteger, como a salamandra lusitânica, a gineta, a raposa, o milhafre e vaca-loura.

O campo de golfe ocupa uma área florestal onde predominava o eucalipto: espécie invasora fortemente consumidora de recursos. Arménio Santos afirma: “Temos o cuidado de fazer o controle de eucaliptos” e a plantação estratégica de árvores autóctones, como o carvalho e sobreiro, que fazem deste campo de golfe um espaço particularmente rico em fauna e flora. Com a presença dos eucaliptos, há uma maior probabilidade de incêndio, uma vez que são plantas que entram rapidamente em combustão, contudo a existência deste campo de golfe serve de “barreira” à propagação de incêndios florestais.

Em relação ao controle das águas, para facilitar o escoamento e reutilização das águas pluviais, o solo está organizado em socalcos de modo a controlar a erosão hídrica e a reduzir o consumo de água na rega, podendo também ser feita a partir da água da chuva.

Diferente da maioria dos campos de golfe, que utilizam químicos tóxicos, este campo investe na compostagem – pretendendo criar um centro de compostagem a partir do próximo ano – reaproveitando a relva como fertilizante natural que produz adubo sustentável a custo 0 com os restos de relva cortada.

Ao nível da eficiência energética, o diretor do campo, Arménio Santos, informa que no próximo ano irá substituir as lâmpadas fluorescentes por lâmpadas led nos holofotes que iluminam o campo que, no inverno, serão ligadas somente a partir das 17 horas.

Apesar de todas estas medidas de promoção, preservação e conservação do meio estarem a ser implementadas, há falta de comunicação com quem frequenta este parque. Quando questionado sobre as medidas implementadas pelo parque, Elísio Fresco afirmou: “Em termos de conhecimento não tenho, mas se estiver aí afixado eu leio”.

Ana Almeida, Arthur Lima, Beatriz Oliveira, Bernardo Marques, Diogo Faustino, Francisco Nascimento, Ema Martins, Miguel Neves, Maria Damaceno, Inês Dias , Henrique Ferrão , Victoria Reis