Um mundo onde as penas valem salários

O tráfico de aves está a crescer cada vez mais a nível mundial. Portugal é considerado uma porta de entrada para o tráfico europeu principalmente de animais vindos do Brasil e do continente africano.

Portugal recebe um grande número de traficantes, provenientes do Brasil e de alguns países africanos, o país é reconhecido como uma porta de entrada do tráfico na Europa. Segundo a ONU, o tráfico e caça de aves podem mexer com quantias exorbitantes, entorno a 196 mil milhões de euros por ano.

O Jardim Zoológico de Lisboa, tem espécies que foram resgatadas de traficantes, principalmente as aves. Estas são encontradas, muitas vezes, em ovos sem identificação. É o exemplo do Yeti , uma coruja acolhida pelo Zoo de Lisboa, que veio num ovo juntamente com outros 29 ovos, todos de araras. Para além das aves, também foi acolhido um urso que era maltratado e foi abandonado por um circo em Portugal.

A espécie mais traficada é a arara-azul-e-amarela. Apesar de não ser muito conhecido, o pinguim-do-cabo também faz parte do grupo de aves mais afetadas pelo tráfico.

Outras espécies que encontramos no mercado negro são o pavão-indiano, pelas suas penas, e os pelicanos, por serem um animal exótico e fácil de manter em cativeiro. A arara-escarlate também é uma das espécies mais procuradas no mercado negro devido às suas penas radiantes e exóticas. Outra ave muito procurada é o mainá-do-bali, proveniente da Indonésia,  conhecida pelo seu canto, sendo utilizada em competições.

O Jardim Zoológico de Lisboa acolhe e trata todas as espécies apreendidas, preparando-as para um dia serem libertadas no seu habitat natural. Tem também projetos de pesquisa e observação, como é o caso do Projeto Papagaio que procura mobilizar as pessoas contra o tráfico desta espécie muito procurada.

O comércio ilegal é uma das muitas razões da ameaça de extinção de alguns animais, provocando desequilíbrio ambiental e pode levar à morte, caso o animal não seja tratado adequadamente e não tenha as condições necessárias para o seu bem estar.

Assim como há o comércio ilegal, também há o comércio legal. Para saber se a espécie foi criada por humanos e não retirada da natureza, a loja que está a vender deve ter um documento assinado e carimbado fornecido pelo CITES, que é a convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagem (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora).

Para impedir o aumento destes crimes, as pessoas devem recusar e denunciar a venda de aves, marfim e chifres de rinoceronte.

 

Francisca Ribeiro, Mariana Araújo, Daniel Monteiro, Joana Silva