Um Monumento Vivo

Oliveira de Azeméis, conta com algumas preciosidades arbóreas classificadas.

ummonumntoaovivoNa freguesia de Loureiro, há uma que já viu passar mais de 13 gerações. Este Quercus suber L. é um sobreiro com cerca de dezanove metros de altura e 300 anos de idade. Cresce no recreio da centenária escola primária da pequena vila de Loureiro com pouco mais de 3.000 habitantes. Todos os que lá cresceram viram a sua infância marcada por este exemplar de grande valor cultural e pedagógico e ambiental. Este glorioso monumento vivo é um marco na vida não só de todos os Loureirenses mas na vida de todos que por si passam.

Este exemplar isolado considerado de Interesse Público pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, foi classificado e consagrado como árvore «Monumental» no dia 4 de Novembro de 2010, por se distinguir de outros indivíduos da sua espécie não só pelo seu porte mas também pela sua idade, raridade e interesse histórico e paisagístico.

Com uma copa de mais de 19 metros esta árvore é incapaz de deixar indiferentes os olhos, mesmo dos mais distraídos, e o enorme buraco que o seu tronco alberga é um bom esconderijo para os tesouros dos meninos.

Aquela árvore sempre me tinha chamado a atenção mas, no passado dia 17 de janeiro, a Dra. Raquel Lopes, a nossa eco-mentora que pertence à Universidade de Aveiro, veio falar-nos sobre as árvores monumentais de Oliveira de Azeméis e foi com orgulho que reconheci a “árvore”…..

Numa sessão muito animada e participada foi possível ficar a saber mais sobre as árvores e conjuntos florísticos monumentais e tomar nota das barbaridades de que muitas vezes são alvo.

ummonumntoaovivo2Esta espécie, juntamente com outras do género Quercus, integravam a floresta autóctone portuguesa de outrora, restando poucos de grande porte nesta região. Hoje em dia, o eucalipto, espécie não autóctone, é a árvores que ocupa mais espaço na floresta nacional, pelo seu interesse económico. Não sendo de excluir, esta espécie acaba por dominar o território, numa monocultura intensiva que coloca em risco a biodiversidade local.

Este sobreiro centenário situado na Escola Básica nº1 de Loureiro é umummonumntoaovivo3 dos poucos exemplares desta espécie autóctone que ainda prevalece na nossa comunidade, visto que a maior parte dos indivíduos desta mesma espécie estão a desaparecer da floresta portuguesa, maioritariamente devido à má ação humana, doenças….etc…..

Já com mais de 300 anos, este sobreiro é uma verdadeira fonte de interesse cultural para o nosso país e, sendo uma árvore monumental, deve por isso ser preservada.

Ana Cruz Rosa