Tratolixo, o outro lado dos resíduos.

A Tratolixo é uma empresa intermunicipal de tratamento de resíduos sólidos urbanos, que abrange 4 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa: Cascais, Oeiras, Mafra e Sintra. Desde 1989 que é responsável pela receção, valorização e eliminação de resíduos urbanos.

É uma empresa certificada a nível da qualidade, ambiente e segurança e saúde no trabalho. Com um capital 100% público, serve cerca de 850 000 habitantes, o equivalente a 8% da população nacional. Emprega 260trabalhadores, sendo constituída por três grandes infraestruturas, duas no concelho de Mafra, Ecoparque da Abrunheira e Ecocentro da Ericeira, e uma no concelho de Cascais, Ecoparque de Trajouce. Esta última, foi considerada a maior central de compostagem do país até 2012: a partir desta data o Ecoparque da Abrunheira  começou a receber este tipo de resíduos.

Fig.1 Tipologia de resíduos recebidos no Ecoparque da Abrunheira

Nesta unidade podemos encontrar quatro infraestruturas: uma ETARI (Estação de Tratamento de Águas Residuais e Industriais), uma CDA (Central de Digestão Anaeróbia), um Ecocentro e um Aterro sanitário. Este último foi criado, em março de 2017, e vai funcionar como depósito dos resíduos que não podem ser valorizados, durante os próximos 8 a 10 anos.

Entre 2015 e 2016 verificou-se um aumento de 4,1% das toneladas de resíduos produzidos, sendo que em 2016, foram produzidas 415 916 toneladas de resíduos.

 

Apesar da sensibilização das populações para a problemática da separação de resíduos, a grande maioria dos resíduos recebidos pelo Ecoparque, estão contaminados com outro tipo de resíduos que podem ser valorizados como por exemplo: vidro e plástico.

Na Central de Digestão Anaeróbia, os resíduos provenientes do Ecocentro são decompostos em digestores, durante cerca de 35 dias a uma temperatura constante de 40°C, por bactérias anaeróbias. Neste processo é produzido o Biogás, que é utilizado na produção de energia elétrica através de motogeradores. A energia elétrica produzida é vendida à EDP, sendo posteriormente comprada 30% a um preço mais reduzido. São também produzidas lamas que, posteriormente, dão origem a

Fig.2 Aterro sanitário da Abrunheira. Após a sua selagem é necessária uma monitorização durante 30 anos.

um composto orgânico utilizado na agricultura. A parte líquida da lama é encaminhada para a ETARI, onde é tratada e reaproveitada na limpeza dos digestores.  As águas lixiviadas drenadas, quer do aterro sanitário quer da antiga lixeira situada no Ecoparque, são tratadas na ETARI e são utilizadas nos sistemas de irrigação dos 4 concelhos.

Todos os solos, no aterro, são impermeabilizados com telas de PHD com 2 a 3mm de espessura sobrejacente a uma camada de uma substância semelhante às da argila.

De todas as possibilidades existentes para a gestão de resíduos, o aterro sanitário representa um ambiente mais controlado a nível de risco de contaminação de solos, lençóis freáticos e, emissão de gases poluentes como por exemplo o metano.

 

Grupo A2 

 

Cristina Trigueiro, Maria Beatriz Luz, Rodrigo Baptista, Carolina Mira, Filipa Garcez, Hena Shurendra, Leonor Lourenço