Transporte Ferroviário – Eletrificação da Linha do Oeste

Na zona Oeste do país existem diversas linhas de comboio e estações repletas de história e arte que merecem não só uma modernização, mas também um reavivamento.

Hoje em dia, o transporte ferroviário é um dos meios de transporte público mais ecológico e que utiliza a energia da forma mais eficiente. Estudos mostram que mais de 90% do total de emissões de gases tóxicos, geradas pelo sector dos transportes, são devidas ao transporte rodoviário. Enquanto que o transporte ferroviário é responsável apenas por 0,6% das emissões. Este oferece uma elevada capacidade de transporte por área de solo ocupada, podendo transportar numa só viagem um elevado número de passageiros, continuando a ser a forma mais segura de viajar.

Portugal tem assistido a muitas desativações de linhas ferroviárias. No Bombarral só damos uso a duas linhas, estando a terceira desativada. Estas estações são também parte do nosso património nacional visto que são muitas vezes revestidas com belos azulejos que merecem um maior cuidado por parte da CP e do Governo. A estação do Bombarral é um ótimo exemplo deste facto. Para além dos belíssimos painéis de azulejos que retratam monumentos e costumes tradicionais da região, possuiu, em tempos, jardins que eram tratados pelos ferroviários e participavam em concursos. O governo em parceria com a CP criou planos para modernizar a Linha do Oeste, mas, como habitualmente, o processo mostrou-se moroso e, passado mais de um ano, ainda não foram ouvidas novidades sobre tal projeto.

Estação do Bombarral

“A CP está a preparar um plano de investimentos em material circulante que, se for aprovado pelo governo, prevê a aquisição de material híbrido para a linha do Oeste.
Trata-se de composições que tanto podem circular em linhas eletrificadas como nas que não têm catenária pois têm tração elétrica e também motores diesel.
Num cenário em que a linha do Oeste estaria eletrificada até às Caldas, esta solução permitiria, por exemplo, realizar comboios diretos entre Lisboa e Coimbra.”

 Gazeta das Caldas, 13 de Abril, 2017

Não é a primeira vez em Portugal que o progresso para a otimização dos caminhos de ferro estagna. Os primeiros comboios elétricos surgiram em Portugal em 1957. No entanto, durante os anos oitenta, nem mesmo com a entrada de Portugal para a Comunidade Económica Europeia, a construção dos caminhos-de-ferro evoluiu. Uma das principais razões para esta estagnação foi o facto de todas as verbas dadas ao estado terem sido direcionadas apenas para a construção de auto-estradas, vias rápidas e estradas incentivando ao uso de meios de transporte que são bastante mais poluentes que os comboios. É apenas nos anos noventa que se nota uma melhoria nestas vias de comunicação, uma vez que se verificaram sucessivas inovações a nível da electrificação das redes, modernização das vias de comunicação, sistema de sinalização, etc. Tal permitiu uma maior velocidade de transporte e uma diminuição de custos.

Este setor de transportes é o único capaz de mudar do uso de combustíveis fósseis para energias renováveis, sem que seja necessário investir em unidades de propulsão, basta apenas alterar as fontes na produção da energia. Além disto, um motor elétrico combina as vantagens da energia elétrica – baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de comando – com uma construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos tipos e melhores rendimentos. Esta mudança, conjugada com o uso de energia limpa e renovável, permite reduzir o número de emissões de gases tóxicos libertados e a destabilização ecológica provocada pelos mesmos.

Quando tal investimento for feito (ou talvez «se») irá provocar um grande impacte positivo na Linha do Oeste pois será possível existirem comboios de ligação direta entre Caldas de Rainha e Lisboa. Este investimento teria retorno através do aumento de compra de bilhetes. Os utentes seriam beneficiados uma vez que a duração das viagens conseguiria competir com os demais setores de transporte (atualmente este percurso feito de comboio tem duração de 2 horas e 30 minutos, enquanto que de autocarro tem duração de 45 minutos).

 

Referências bibliográficas:

https://web.fe.up.pt/~projfeup/cd_2010_11/files/CIV215_relatorio.pdf – consultado a 15/05/2017

https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_el%C3%A9trico – consultado a 15/05/2017

http://gazetacaldas.com/sociedade/modernizacao-da-linha-do-oeste-ainda-nao-projecto-ja-soma-um-ano-meio-atraso/ – consultado a 17/05/2017

https://web.fe.up.pt/~projfeup/cd_2010_11/files/CIV209_relatorio.pdf – consultado a 17/05/2017

Fotos Originais