Sustentabilidade Harmoniosa

No município de Góis, existe um produtor local de trutas, há 30 anos. A inocência do projeto acaba por apresentar uma linha de enorme sustentabilidade, uma mais-valia, para a vila que foi recentemente distinguida com o galardão ambiental ECOXXI.

Humberto Garcia, de 83 anos trabalhador reformado da EDP e residente em Monteira, conta como tudo começou: “Numa viagem à Serra da Estrela, visitei um viveiro e pensei que podia fazer o mesmo na minha terra”, diz.
As condições geográficas são essenciais ao projeto. O rio Sótão, remata a pacata aldeia de Monteira, um rio puro

Fig. 1: Este viveiro tem atualmente mais de 3000 trutas.

cujas águas completam um poço. Humberto Garcia aproveita-se do contexto e constrói quatro tanques em cimento, nos quais, dá vida a diferentes espécies de trutas – as europeias, espécie Fário e as norte-americanas, espécie Arco-íris, divididas nos aquários conforme a idade.

Num edifício fechado guarda aquilo a que chama de “maternidade”, onde os ovos e as pequenas trutas ficam até atingirem o tamanho ideal e assim transpassarem para o exterior.

Fig. 2: Rio Sótão, onde está localizado o viveiro de trutas.

 

A vila de Góis, orgulhosa dos projetos dos seus habitantes, não deixa a ideia passar despercebida e nos últimos 2 anos têm investido naquele que agora é o Parque da Monteira – Ciclo das Trutas, uma infraestrutura que inclui o berçário e mais aquários dirigidos à produção de trutas, ainda não inaugurado. Este espaço localiza-se ao lado da atividade do Sr. Humberto. A iniciativa pretende que uma subespécie Fário, autóctone, consiga ser criada em cativeiro para posteriormente ser reintroduzida no seu habitat natural. Até ao momento, a sobrevivência em viveiro desta subespécie não tem sucesso, afirma a engenheira Helena Pedruco, representante da Câmara Municipal de Góis.

Deste modo, podemos concluir que Góis está diante de uma perspetiva sustentável, onde toda a vertente da produção de trutas não prejudica as bacias hidrográficas, como também apresenta uma política economicamente equilibrada no que diz respeito ao consumo do peixe. Isto, porque o local de consumo é o mesmo de produção, não envolvendo grandes transportes reduzindo assim a pegada de carbono, por exemplo, os restaurantes dos arredores são os principais compradores.

 

Grupo 3

André Campos, Daniela Gonçalves, Pedro Lázaro, Frederico Santos