Registos Diários Covid-19Alvito

Este acontecimento ficará para a História. A importância do registo diário daquilo que os nossos jovens investigadores e repórteres estão a viver, a sentir, as adaptações, as expectativas, as mudanças e a atitude. O trabalho encontra-se enquadrado no âmbito da História, das Ciências, do Ambiente, da Sustentabilidade e, mais que isso, da Cidadania, do dever cívico, social e moral. Foi implementado no âmbito da disciplina de História, durante o período de estado de emergência. Para tal foi utilizado o grupo do WhatsApp e o e-mail, de forma a que se mantivesse o contacto com os alunos. Objetivo: reflexão sobre o modo de ser e de estar no mundo. Metodologia JRA: investigar algo que nos inquieta, neste caso, aos nossos jovens que abraçam este programa; propor soluções; reportar, produzir material tendo em conta um público alvo; disseminar, divulgar o conhecimento. Andreia Vieira

dia 13/4
Hoje, mais um dia se passou, e os portugueses, assim como, o Mundo inteiro, continuam de quarentena, embora a China já tenha voltado à normalidade.
Centenas de portugueses ainda não perceberam que estamos em tempo de pandemia mundial, não obedecem às regras de higiene e distanciamento, continuam a passear e a fazer as suas vidas normalmente…
É por isso que hoje há cerca de 16 mil infetados, há pessoas que não compreendem o perigo pelo qual estamos a passar.

dia 14/4
E mais um dia se passou. Hoje contámos 17448 infetados e 567 mortos.
Ao longo da História, a Humanidade conheceu várias doenças que dizimaram populações inteiras.
Faremos, então, um breve balanço histórico:
A famosa e mais conhecida epidemia da Idade Média, a Peste Negra na Europa e Ásia (1333-1351), a contaminação era causada pela bactéria Yersinia pestis, comum nos roedores, como é o caso do rato. É transmitida para o homem através da pulga de animais contaminados.
A Cólera (1817-1824), era transmitida para o homem por meio da água ou alimentos contaminados.
A Tuberculose (1850-1950) ainda existe nos dias de hoje, mas foi mais intensa em meados de 1850. É altamente contagiosa, e transmite-se de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias.
A Varíola (1896-1980), cujo nome científico é orthopoxvírus variolae, era transmitida de pessoa para pessoa, geralmente, por meio de vias respiratórias.
A Gripe Espanhola (1918-1919), que matou cerca de 20 milhões, propagava-se pelo ar, por meio de gotículas de saliva e espirros.
O Tifo (1918-1922), matou 3 milhões de pessoas e atacou principalmente a Europa Oriental e a Rússia. O tifo exantemático (ou epidémico) aparece quando a pessoa coça a picada da pulga e mistura as fezes contaminadas do inseto na própria corrente sanguínea. O tifo murino ou endémico é transmitido pela pulga do rato.
A Febre Amarela (1960-1962), afetou a Etiópia e fez cerca de 30000 mortos. A vítima é picada pelo mosquito transmissor que picou antes uma pessoa infetada com o vírus.
O Sarampo, que fez 6 milhões de mortes até 1963 e que era altamente contagioso. O sarampo é causado pelo vírus Morbilivirus e é propagado por meio de secreções mucosas (como a saliva) de indivíduos doentes.
A Malária, faz cerca de 3 milhões de mortos por ano, desde 1980. Esta doença é transmitida pelo sangue, quando a vítima é picada pelo mosquito Anopheles contaminado com o protozoário da malária.
A SIDA, provoca cerca de 22 milhões de mortes por ano, desde 1981. O vírus HIV é transmitido através do sangue, do esperma, da secreção vaginal e do leite materno.

15/4
Mas, afinal de contas, de onde vem este coronavírus (mais conhecido por Covid-19)?
A 31 de dezembro de 2019, a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan, na província de Hubei, China, reportou 27 casos de uma pneumonia de causa desconhecida. Todas as causas estavam ligadas a um mercado de alimentos e animais vivos em Wuhan.
Dia 9 de Janeiro de 2020, o centro de prevenção e controlo de doenças da China informa que um coronavírus, SARS-COV-2, agora denominado cientificamente de Covid-19 foi detetado como agente causador de 15 a 29 casos da pneumonia.
Até há data o surto continua em investigação. O Covid-19 espalhou-se pelo mundo. Há, já mais de quatro mil vítimas, mortais e milhares de infetados.
Dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou o surto de uma pandemia.
Até 15 de Abril de 2020, pelo menos 1970879 casos de doença foram confirmados em mais de 210 países e territórios, com grandes surtos nos Estados Unidos da América (mais de 611000 casos), Espanha (mais de 174000 casos), China Continental (mais de 82000), na Itália (mais de 162000), Alemanha (mais de 132000), França (mais 103000 casos), Irão (mais de 75000 casos).
Pelo menos 125910 pessoa morreram: mais de 25000 nos Estados Unidos da América, pelo menos 21000 na Itália, cerca de 18000 na Espanha, por volta de 15700 na França, mais de 12000 no Reino Unido, e, pelo menos, 3300 na China.
Pessoas Curadas: 474261
Por esse motivo, se declarou estado de emergência e as pessoas foram todas comprar enlatados e papel higiénico…
As pessoas sem noção esvaziaram as prateleiras dos maiores supermercados, e esqueceram-se das pessoas que ficaram sem bens essenciais.
E, só agora, se lembraram de bater palmas nas varandas para homenagear os técnicos de saúde que estão na linha da frente a combater o coronavírus.

16/4
Portugal ultrapassou, esta quinta-feira, a barreira dos 600 mortos por Covid-19, um mês depois de ter sido anunciado a primeira vítima mortal da doença.
Em 15 dias, o número de vítimas mortais triplicou.
A 16 de março, a Ministra da Saúde, Marta Temido, anunciava a primeira vítima mortal do Covid-19.
Mário, ex-treinador e amigo de Jorge Jesus, atualmente técnico do Flamengo, no Brasil, tinha 80 anos e, segundo a governante, outras patologias associadas. Um mês depois, há 630 vitimas mortais, segundo o último boletim epidemiológico da DGS.
Cada dia que passa, cada freguesia, cada população, Portugal e o Mundo
ficam mais preocupados com esta pandemia mundial…
Existe um livro que é uma investigação detalhada de Quammem. Viajou pelo mundo e entrevistou dezenas de cientistas, sobre zoonoses que se transformaram em doenças humanas, umas mais ou outras menos bem-sucedidas.
Começa com o vírus Hendra, que saltou de cavalos para Homens na Austrália, em meados de 1990, mas tem a sua origem em Morcegos. A obra deste investigador vai até à gripe que vem das aves, podendo fazer um estágio em outras espécies como, por exemplo, os porcos.
Os morcegos, aliás, parecem ser um dos principais reservatórios para vírus potencialmente terríveis ao ser humano.
O coronavírus não é uma exceção.
A solução, antes que alguém pense em exterminá-los, está, pelo contrário, em respeitarmos mais o seu habitat. Como Quammem e outros peritos afirmam, as pandemias originárias de Zoonoses nada mais são, que um reflexo, das intervenções, do homem, no meio ambiente.

Laura Baltazar

Fontes consultadas: https://covid19.min-saude.pt/
https://observador.pt/2020/03/16/primeira-vitima-mortal-e-mario…
https://www.significados.com.br/zoonose
https://epoca.globo.com/sociedade/marco-zero-de-coronavirus-pode-ser…

https://super.abril.com.br/saude/as-grandes-epidemias-ao-longo-da-historia

Laura Baltazar