Por detrás do sucesso existe um segredo: autossustentabilidade

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Entrada da quinta

Mais do que uma quinta, é a marca de um concelho. Assim se pode descrever a Quinta Agrícola Biológica, um centro experimental de apoio à agricultura concelhia. Um projeto piloto peculiar que tem o objetivo de, acima de tudo, mudar consciências e combater ideias estereotipadas.

Antes de mais, há que saber o que é, efetivamente, a agricultura biológica. Esta consiste num método agrícola cuja finalidade é a obtenção de produtos vegetais com recurso a práticas sustentáveis e que promovam a autossuficiência, excluindo, assim, as técnicas que afetam negativamente o ecossistema local. Assim, a saúde do consumidor é salvaguardada, uma vez que estes procedimentos não permitem a acumulação de resíduos químicos nocivos para o organismo humano.

Alguns estábulos dos animais.

Alguns estábulos dos animais.

No ano de 2003, a Câmara Municipal de Cantanhede e a Inova, empresa municipal responsável pela gestão e execução de serviços de interesse geral (nomeadamente a recolha de resíduos vegetais), iniciaram este projeto, situado na zona industrial do concelho. O objetivo era simples: aliar as componentes ambiental e pedagógica de forma a ter um impacto positivo na região e promover uma agricultura sem prejuízos para o ecossistema local. Contudo, a efetiva produção de alimentos só começou em 2006, sendo necessária a certificação da SATIVA, entidade responsável pelo controlo de qualidade dos produtos biológicos.

A chave deste tipo de agricultura é a sua autossustentabilidade. Tal facto é potenciado com recurso a técnicas agrícolas como rotação, consociação de culturas (que se baseia na plantação de duas espécies vegetais em proximidade, aumentando, assim, o rendimento produtivo de ambas) e métodos de rega gota a gota e por aspersão. É ainda de salientar a utilização de predadores para o combate de pragas (são criadas condições para a nidificação do Chapim) e a luta microbiológica feita através da Bacillus thurgienis, substituindo-se, assim, o uso tradicional de pesticidas que iriam comprometer a qualidade da água e dos solos da região.

Uma das estufas da quinta.

Uma das estufas da quinta.

A vertente pedagógica é viabilizada através de parcerias educativas com Escolas Agrícolas e Instituições de reinserção. Com o objetivo de consciencializar a sociedade de amanhã, as visitas guiadas são importantíssimas na sensibilização da comunidade escolar. Destaca-se ainda a venda direta ao público dos produtos da quinta, garantindo a máxima confiança ao consumidor final sobre a origem e a qualidade destes.

Se muitas vezes nos perguntamos acerca de como salvar o futuro das próximas gerações, algumas das respostas residem em iniciativas como esta. É de louvar que projetos deste tipo ainda resistam aos tempos de forte recessão económica. E o segredo é muito simples: autossustentabilidade…

Bibliografia

(2013). Obtido de Inova Online: http://www.inova-em.pt/

Cunha, G. (2011). INOVA Centro Experimental. Independente de Cantanhede, 10.

Agradecimentos:

Inova – Empresa de Desenvolvimento Económico e Social de Cantanhede, E.M.-S.A.

 

Carlos Henrique Figueiredo, Gabriel Oliveira Salgado, Liliana Cavaleiro, Rodrigo Miguel Martins