Pinhal de Leiria, uma sombra do que já foi.

O grande incêndio do dia 15 de outubro de 2017 destruiu uma das florestas mais emblemáticas do país, o Pinhal de Leiria, a tão prometida replantação nunca passou de algumas tentativas falhadas.

Um dos grandes problemas ambientais no nosso país continuam a ser os incêndios florestais. Em média ardem cerca de 140 mil hectares por ano. As principais causas dos incêndios florestais são as alterações climáticas e a negligência da população, pois não efetuam as limpezas dos terrenos, deixam lixo no chão, realizam queimadas não controladas e introduzem espécies de plantas exóticas…

Os incêndios florestais são extremamente perigosos para a biodiversidade e o seu habitat, destroem grandes áreas de floresta, muitas vezes autóctone que posteriormente não são replantadas, como foi o caso do incêndio do Pinhal de Leiria em outubro de 2017, que de acordo com o jornal “Região de Leiria” poupou “apenas 14% da mancha florestal plantada à beira-mar entre os concelhos de Alcobaça, Marinha Grande, Leiria e Pombal”.

Incêndio do Pinhal de Leiria – Fonte Jornal “Região de Leiria”.

De acordo com o Turismo Centro de Portugal, o pinhal de Leiria foi plantado por ordem D. Afonso III, “responsável no século XIII pela sua plantação. A extensão do pinhal de Leiria continuou a crescer, sobretudo sob ordem do rei D. Dinis I. Durante vários séculos, o pinhal de Leiria foi um dos “pulmões” de Portugal, visto que a sua extensão mantinha-se praticamente intacta mesmo com o corte de árvores. A política implementada neste pinhal era que por cada árvore cortada, uma era plantada”, mas esta regra já não se aplica, o Pinhal não foi replantado após o incêndio, mesmo após várias iniciativas e promessas políticas.

O “Pinhal” de Leiria quatro anos após o incêndio de 2017 – fotos de Luna Fernandes 2022

Para além de todos os problemas ambientais causados pelos incêndios temos também que olhar para o ponto de vista dos Bombeiros, grande parte deles voluntários, arriscam a vida para tentar minimizar os riscos, que por vezes são causados por negligência humana.

O Sr. Bruno Fernandes, Bombeiro Voluntário, demonstrou alguma revolta pois sente que “as pessoas não se importam com o que os bombeiros passam e com as famílias de Bombeiros que correm o risco de perder os seus entes queridos enquanto arriscam a vida para ajudar outras pessoas,” por estas razões o Sr. Bruno Fernandes pede a “colaboração de todos para limpar as matas, pois, a limpeza das matas e dos terrenos é obrigatória por lei, a mata deverá estar limpa, principalmente perto de construções e estradas.” Pede também para “as populações respeitarem as regras cívicas por forma a preservar o meio ambiente e também a vida humana e ajudarem os próprios Bombeiros.”