Outra mobilidade, em nome da sustentabilidade…

Os transportes e a mobilidade dão um contributo significativo para as emissões de gases de efeito de estufa, para o fenómeno das alterações climáticas e para a qualidade do ar, com especial relevância nas cidades. A mobilidade elétrica apresenta-se como a alternativa a considerar, apresentando ainda assim algumas desvantagens que tendem a esbater-se com o desenvolvimento tecnológico. Atualmente, há já cidades (e países!) que apostam nesta "outra mobilidade" de forma a trilhar o caminho rumo à sustentabilidade.

Hoje em dia, há cada vez mais a necessidade de garantir a nossa mobilidade, assim como o transporte de bens, o que fomenta a indispensabilidade de viaturas

Dentro da poluição total mundial, cerca de 40% é proveniente do uso de veículos – como por exemplo, automóveis. Por esta razão, é inevitável procurar outras formas de energia.

Na Europa, o setor dos transportes é o único onde se tem verificado um aumento das emissões de CO2 desde 1990. Cerca de 25% da poluição total da Europa é devida aos transportes em geral, sendo os rodoviários os mais poluentes, com 19% do total de emissões (EDP).

Imagem 1 – Posto de abastecimento de viaturas elétricas.

A aposta nos veículos elétricos é caracterizada como sendo benéfica, na medida em que diminui os gases emitidos para atmosfera e, tende a fazer uso de energia de fontes renováveis (nomeadamente a proveniente do sol e do vento). Para além disso, o custo de cada quilómetro é mais baixo (gasóleo, 1.49€ vs elétrico, 0.20€), sendo também mais silenciosos, diminuindo a poluição sonora (Cooperativa Elétrica do Vale d’Este).

Por outro lado, é necessário ter a noção das atuais desvantagens no que diz respeito aos aspetos económicos, porquanto os custos diretos associados à aquisição de uma viatura elétrica são mais elevados do que os associados às viaturas convencionais. Adicionalmente, a distância que estes carros conseguem percorrer sem carregar as baterias é menor, comparando com os que usam combustíveis fósseis. Outra questão a considerar é o ainda diminuto número de postos de carregamento que estão, na sua generalidade, associados às grandes cidades.

Para tentar reduzir as emissões ao máximo, cidades como Madrid e Paris já anunciaram que, até 2025, vão impedir a entrada de veículos nos centros urbanos, assim como proíbem – até 2040 – a venda de novos veículos com motores de combustão.

Em Portugal, alguns distritos como Braga, Coimbra, Faro e Aveiro estão a promover o uso de autocarros elétricos como alternativa aos transportes tradicionais. Estes autocarros usam um carregador de 150 W – o primeiro em Portugal e mais cinco carregadores de 40 W, obtendo uma autonomia de 100 km, carregando em 7 minutos (Motor24).

Imagem 2 – Exemplo de trotinete elétrica disponibilizada na cidade de Lisboa – mapa incorporado, de bolsas de estacionamento para trotinetes e bicicletas.

Em outras cidades, nomeadamente Lisboa, começou-se a apostar nas trotinetes e nas bicicletas elétricas, promovendo também a prática de exercício físico. As várias empresas que operam na capital contribuem para as cerca de 500 a 700 trotinetes que circulam nas ruas de Lisboa (Repairstore).

Apesar de ainda haver alguns constrangimentos acerca deste tema, a Agência Internacional da Energia estima que em 2030 haja cerca de 56 milhões de veículos elétricos, um número pré-estabelecido tendo em conta a meta do acordo de Paris, de 2015. Assim, em 2050 prevê-se que se reduza cerca de 80% das emissões de gases com efeito de estufa (Agência Internacional de Energia).

Beatriz Delgado, Ediane Silva, Joana Ramos