ODELEITE – PARAÍSO DE BIODIVERSIDADE

Alunas do 10ºAno do Curso de Ciências e Tecnologias realizaram uma saída de campo no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia onde tiveram oportunidade de se documentar para a realização deste artigo. Através dele pretende-se evidenciar a biodiversidade dos nossos ecossistemas, em particular do ecossistema da Ribeira de Odeleite, localizado na Serra do Caldeirão (futura Estação de Biodiversidade do Algarve) e sensibilizar para a importância da sua conservação. Pretende-se ainda mostrar como através de uma técnica simples, observação de macroinvertebrados bentónicos se pode avaliar a qualidade da água da Ribeira.

No âmbito de uma saída de campo na disciplina de Biologia e Geologia os alunos chegaram à Estação de Biodiversidade de Ribeira de Alportel. Esta ribeira nasce no concelho de Loulé, leva a água à barragem de Odeleite que está ligada a barragem do Beliche formando um sistema em que existe transporte de água de uma barragem para a outra.

Alguns grupos de trabalho ficaram neste local, enquanto outro grupo dirigiu-se para a ribeira de Odeleite situada a quatrocentos e cinquenta metros de altitude. Nesta zona existem sobreiros (Quercus suber) característicos da zona de serra.

Em 2012, nesta área, houve um grande incêndio que devastou a maioria destes mesmos sobreiros, desde aí a mortalidade desta espécie aumentou. Os cientistas encontram-se divididos, pois ainda não foi encontrada a razão específica deste aumento da mortalidade dos sobreiros, que se poderá dever a danos colaterais do incêndio ou devido à ação do microrganismo Phytophtera cinamomy vindo da Austrália. Não obstante estas razões, os cientistas ainda podem associar a mortalidade dos sobreiros às alterações climáticas ou á degradação dos solos devido à plantação de cereais.

Na região podemos ainda encontrar a alfarrobeira (Ceratonia siliqua) que não frutifica devido às temperaturas extremas existentes na região;  o trovisco (Daphne gnidium) cujo fruto com sete bagas matam um lobo; a esteva (Cistus ladanifer), cujas folhas têm ládano, e o rosmaninho verde (Lavandula viridis) que só existem nesta área, devido à grande humidade.

Após o reconhecimento do ecossistema que  procedeu-se à prospeção dos macroinvertebrados bentónicos, analisaram-se as espécies encontradas e obtiveram-se os seguintes resultados: 36.9% dos macroinvertebrados são extremamente resistentes a poluição,18.3% são medianamente resistentes a poluição e 44.8% são extremamente sensíveis a poluição. Estes resultados revelam que a qualidade da água é excelente.

Depois desta  ida à Ribeira, a ideia de como é importante conservar locais, com esta riqueza em biodiversidade, que os faz tão únicos e belos saiu bastante reforçada.

Não pode ser o homem, com as suas atividades negligentes a colocar em causa a sustentabilidade deste património natural!

Ana Amaro, Helena Ramos, Ines Pereira , Inês João