O Rock in Rio na Vida de Cada Um

No dia 28 de junho, véspera do início do segundo fim-de-semana de Rock in Rio 2018, os utentes do Centro Social S. Maximiliano Kolbe tiveram oportunidade de manifestar a sua opinião acerca do impacto que a cidade do rock tem nas suas vidas e no Bairro da Flamenga.

Rock in Rio, o festival que muda vida dos oito aos oitenta.

No Centro Social S. Maximiliano Kolbe, nas imediações da cidade do rock, os moradores das gerações mais antigas realçam o modo como o Rock in Rio afeta de forma direta e predominantemente positiva a vida de todos os moradores. Embora seja consensual que existem vários aspetos que necessitam de ser melhorados em futuras edições.

Um dos entrevistados, Francisco Lourenço, residente em Santa Apolónia e utente do centro dia de Marvila, começou por destacar a forma como nas redondezas se “espera com ansiedade” a realização de mais um festival do rock, fruto da consciência do impacto positivo ao nível do desenvolvimento que o evento acarreta para a localidade. “A opinião de todos aqueles que falam acerca do evento é bastante positiva”, refere. Apesar de nunca ter frequentado o festival, reforça o seu impacte na economia local, uma vez que se constata uma grande afluência de pessoas vindas das mais variadas partes do mundo. Ainda assim, Virgínia Cardoso, outra das utentes, afirma sentir-se “mais segura neste período”, uma vez que a segurança das ruas não só é reforçada, como se torna constante.

Aspetos como a poluição sonora e o desconforto causado pela multidão, bem como as condicionantes na acessibilidade e a mobilidade foram várias vezes sublinhados como sendo os menos positivos. Neste seguimento, os entrevistados referem que os transportes públicos são insuficientes e ineficazes nesta altura, pois não só “não cumprem os horários regulares como se encontram sempre cheios, o que dificulta a vida dos residentes que se vêem impedidos de realizar a sua rotina com normalidade”, refere Amélia Monteiro, utente do Centro Social.

A oferta de bilhetes para assistir aos concertos, iniciativa que integra a campanha de envolvimento da comunidade do bairro no festival, dividiu as opiniões. Ainda que estejam cientes da sua importância, todos os entrevistados concordaram que tanto o estilo musical, como o tipo de entretenimento praticados atualmente não se adaptam aos seus interesses e limitações, mostrando-se otimistas quanto à possibilidade de um festival mais inclusivo atendendo à sua faixa etária. Ainda assim, são várias as pessoas descontentes por não terem acesso à iniciativa, uma vez que a entrega dos bilhetes é restrita aos moradores que vivem nos prédios da linha virados ao recinto, mediante comprovativo de morada.

A vida que a cidade do rock traz para o Bairro da Flamenga é destacada por todos os utentes do Centro Social, que apreciam o cuidado redobrado existente por parte da Junta de Freguesia quanto à limpeza e aparência das ruas, o que entendem dever ser uma prática permanente, por forma a tornar este bairro mais atrativo ao longo de todo o ano.

O RiR, enquanto festival defensor da sustentabilidade, assume-se como uma oportunidade para dar um nova imagem e identidade ao Parque da Bela Vista, aliado a um movimento de partilha do sentido de responsabilidade social e ambiental de todos.

Mariana Branco, André Filipe, Rafael Dias, Leonor Mendes