O Renascer do Uíma

O Parque das Ribeiras do Uíma foi objeto de um projeto de reabilitação, que visou a recuperação das margens do rio Uíma, um afluente da margem esquerda do rio Douro. Financiado pelo QREN, desde 2010, este projeto tem sido desenvolvido em várias fases, tendo sempre como objetivo manter o ecossistema primordial.

Localizado na freguesia de Romariz, concelho de Santa Maria da Feira, este parque ocupa uma área de 2 hectares e possui um percurso pedonal de 2,5 quilómetros. Com a valorização das margens do rio privilegiou-se a introdução de espécies autóctones, tornando-se um dos locais com maior valor paisagístico do concelho. “A nossa visão é o ecossistema original tendo em conta a parte ambiental, social, económica e cultural”, reforçou Marina Rodrigues, Engenheira Ambiental da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
Sendo um ecossistema característico de zonas húmidas, alberga uma grande biodiversidade de fauna e flora, que se visa preservar. É fácil observar diversas espécies como o Amieiro (Ainus glutinosa), o Salgueiro (Salix sp.), o Sabugueiro (Sambucus nigra) e a Tábua (Typha latifolia). Com um olhar mais atento podemos ainda identificar a Lontra (Lutra lutra), a Salamandra das Pintas Amarelas (Salamandra salamandra), a Rã Ibérica (Rana ibérica), o Rouxinol Bravo (Cettia cetti) e o Boga do Norte (Chondrostoma duriense).
Ao longo do passadiço que atravessa todo o parque podem ser identificadas 4 nichos ecológicos sendo eles: Salgueiral, Tabual, Charcos Temporários e Galeria Ripícola; e a Preta, uma área com especial importância na vida da comunidade, que evoca às suas memórias e vivências.
Toda esta informação pode ser encontrada ao longo do parque em diversas placas, e está adaptada para pessoas invisuais, sendo acessível via áudio no site do parque. Ainda que esteja disponível no parque informação de interesse, tendo em vista a conservação deste corredor ecológico, não são referidas as espécies invasoras que ameaçam o seu equilíbrio.

Fig. 1 – Marina Rodrigues, Engenheira do Ambiente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.

Fig. 1 – Marina Rodrigues, Engenheira do Ambiente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.

Para evitar a proliferação destas espécies estão a ser desenvolvidas diversas técnicas que visam suster o solo das margens do rio e servir de suporte natural das plantas. “O parque assume-se como uma zona de investigação na área da engenharia natural através da utilização dos ramos das podas para levar enxertos ou segurar a terra”, refere Marina Rodrigues.

Inicialmente a população estava reticente em relação a este projeto, daí que Marina Rodrigues considere importante explicar à comunidade local, a importância do desenvolvimento do mesmo. Com o tempo foi havendo uma maior aceitação da população local, que se começou a aperceber das suas vantagens, sendo isto possível devido à comunicação e sensibilização estabelecida. Atualmente, a população apropriou-se do espaço, utilizando-o frequentemente para atividades desportivas e de lazer.
Em suma, os rios e zonas húmidas estão entre os ecossistemas mais ameaçados do mundo por poluição. A população local parece estar alertada para o assunto, tal como referiu Américo Ferreira de 75 anos, “Tudo isto deve ser preservado e mexido com muito cuidado. Não se deve mexer demais.”.

Grupo A1 – Inês Ferreira, Susana Santa Rita, Marina Sousa, Diana Caldas, Igor Silva, Rafael Pires, Vanessa Costa, Hugo Silva, Dalhia Nkola.

Inês Ferreira, Susana Santa Rita, Marina Sousa, Diana Caldas, Igor Silva, Rafael Pires, Vanessa Costa, Hugo Silva, Dalhia Nkola