O puzzle ambiental “Central Park” nasce em Braga

A Câmara Municipal de Braga está a implementar um projeto que visa unir vários parques da cidade e criar uma cintura verde envolvente, para que a população possa beneficiar de uma área verde saudável e melhorar a qualidade do ar.

O “Central Park” de Braga é um “puzzle de áreas verdes”, que pretende unir os vários parques verdes da cidade de Braga. Neste parque estarão integrados o Parque da Ponte, o Monte do Picoto, o rio Este, a zona do Altice Fórum Braga, a área verde do estádio 1.º de Maio, o parque de campismo e a piscina municipal Braga.

Projeto do “Central Park” de Braga

A ideia da Câmara Municipal de Braga é otimizar e valorizar os parques e áreas verdes já existentes, onde prevê que em breve sejam plantados 200 árvores e 600 arbustos para ajudar na diminuição da poluição, explicou o responsável pelo pelouro do Ambiente, Altino Bessa. Este projeto visa criar um espaço para que todos os cidadãos consigam desfrutar de uma área verde e saudável, baixando os altos níveis de poluição que, atualmente, não respeitam os níveis médios permitidos por lei.

Desde 2001 que os níveis de poluição atmosférica têm vindo a aumentar de forma constante. Nem o surgimento da pandemia da COVID-19 e confinamentos que se seguiram, fizeram estes valores descerem, segundo o estudo do Traffic Index Ranking de 2021.

Entre os objetivos deste projeto estão a diminuição do nível de poluição atmosférica, que se encontra muito alta, o aumento da área verde respeitante ao lazer e o aumento dos espaços verdes e da plantação de árvores e arbustos que preservam a biodiversidade. 

Em contraponto, tem havido muitas críticas de profissionais e residentes em relação ao corte de árvores de médio porte em Braga, e consequente construção de casas, edifícios, ciclovias e estradas que ficam à mercê do sol e das altas temperaturas. 

Estas árvores podem ter efeitos atenuantes muito positivos do efeito das ondas de calor, que se faz  sentir mais em meios urbanos e que, segundo os cientistas, poderão aumentar de frequência, consequência do aquecimento global. 

As superfícies impermeáveis e pavimentadas, como estradas, passeios, bermas e edifícios são os fatores que mais contribuem para o aumento da temperatura nas cidades. Esta medida poderá ter como consequência contribuir para a absorção de CO2 e a neutralidade carbónica, bem como a mitigação dos efeitos das ondas de  calor em grandes centros urbanos. Os gases com efeito de estufa emitidos, principalmente, por veículos automóveis contribuem também para este aumento. O CO2 é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa, e o seu efeito nas cidades é ainda maior, uma vez que a sua concentração é mais elevada, o que causa uma “Ilha de calor urbano”. A sombra das árvores pode criar um arrefecimento das ruas, já que cria áreas onde não incide luz solar direta nas superfícies absorventes de calor e absorve muito do dióxido de carbono emitido pelos veículos automóveis. A concentração excessiva deste gás pode impactar negativamente a saúde das populações.