O “papel” dos sentidos no turismo em Santa Maria da Feira

O lado verde e social do papel: perceções avassaladoras

 

O lado verde e social do papel: perceções avassaladoras

Um grupo de turistas ambientais teve a oportunidade de visitar o Museu do Papel em Paços de Brandão, Concelho da Feira, no passado dia 18 de novembro, sentindo-se verdadeiros “barómetros” sensoriais.

Este espaço museológico em atividade, segundo a guia, produz papel, pelo menos uma vez por mês, como forma de manutenção e preservação das máquinas. O processo de produção era inicialmente realizado a partir de trapos. Só mais tarde passaram a reutilizar o papel “velho”. Percebe-se que este espaço se evidencia como uma referência da museologia industrial portuguesa pela implementação de projetos educativos e culturais inovadores, mantendo a sua proximidade à comunidade do papel.
O espaço do museu e toda a zona envolvente mostram uma beleza natural e arquitetónica, contrastantes com o impacto ambiental da integração de espécies exóticas e de sinais de poluição evidentes; um suposto equilíbrio entre a modernidade, a natureza e o “rústico”. Diferentes cores, diferentes texturas, diferentes cheiros…

Ali ao lado a ribeira apresenta vestígios de poluição

Ali ao lado a ribeira com evidentes vestígios de poluição

Ali ao lado, contíguo a um espaço verdejante cuidado, a ribeira de Rio Maior sussurra timidamente, chamando por nós. Debruçando-nos no muro de granito puro, frio e ressalta a cor acinzentada, pouco saudável da ribeira. Esta exalava um cheiro nauseabundo. A guia explica que, infelizmente, as unidades industriais nem sempre procedem ao tratamento das águas residuais. Questionamo-nos: Qual o papel dos agentes locais na sustentabilidade deste território? Será que o seu plano de ação não passa por estratégias de vigilância?

Percorrendo o espaço, as experiências sensoriais multiplicaram-se. Ouviram-se termos regionais e locais de linguagem, tais como: pilão/pila holandesa, botar/botadeira, maxão, tesa, tareco, arrear… O nosso corpo experienciou variadas temperaturas e texturas, tudo isto envolvido em diferentes intensidades de luz.
Acenda-se a luz! Os agentes locais devem comprometer-se numa lógica de preservação ambiental no sentido da sustentabilidade territorial.

 

Andreia Filipa;  Guilhermina Galego;  Helder Simões;   Ilda Bicacro;  Paulo Gil;  Sandra Sá;   Vitor Manteigas