O que nos dizem os líquenes?

“Ciência Viva” no laboratório é uma iniciativa do pavilhão do conhecimento que visa incentivar os jovens a aprofundar os seus conhecimentos científicos durante o Verão. Assim, estagiei na Faculdade de Ciências durante uma semana, acompanhando a investigação sobre líquenes que se fazia no laboratório de ecologia.

Para começar, precisamos de entender que os líquenes tem diversas espécies diferentes, cada uma com características muito próprias, muitas das vezes irreconhecíveis a olho nu. Portanto, precisamos de utilizar uma chave dicotómica para nomear as nossas amostras. Esta planta é uma simbiose entre uma alga e um fungo, sendo que o fungo nunca conseguiria sobreviver sozinho, a alga alia-se apenas porque sabe que em conjunto, chegarão muito mais além do que alguma vez sozinha iria conseguir chegar.

Os líquenes são também bioindicadores da qualidade do ar, uma vez que temos a noção científica daquelas que são as espécies mais resistentes ou menos à poluição, conseguimos utilizar o guia de campo para medir a frequência de crescimento dos líquenes numa árvore.

Ao longo de uma semana, aprendemos a medir a fluorescência do líquene, a extrair clorofila, a medir a viabilidade do micobionte e a quantificar ergosterol. Tudo isto utilizando o laboratório de ecologia entre outras máquinas que necessitávamos. Utilizávamos uma amostra de cada espécie e comparávamos os resultados.

 

Preparámos um meio de cultura para o crescimento artifical do fungo de um dos líquenes. Utilizámos:

  • 20 gramas de extracto de malte
  • 2 gramas de extracto de levedura
  • 1 L de água destilada

Estrelizamos o meio por autoclavagem (para prevenir contaminações) e isolamos o micobionte à chama. Colocamos o fungo no meio dentro de um pequeno recipiente. Na imagem, podemos ver quando foi colocado e como se encontra cerca de duas semanas depois. A conclusão é a de que nasceu contaminado, uma vez que teve contacto com o exterior e ingressaram no meio outras bactérias que se desenvolveram e cresceram mais rapidamente do que ele.

Na saída de campo visitamos a Mata da Machada e aplicamos o método de identificação de espécies dos líquenes no meio natural:

  1. Escolhemos uma árvore standard – direita, sem ramificações e com o perímetro maior do que 50 cm. No caso, um
  2. Colocámos a grelha entre 100 e 150
  3. No lado Norte encontramos 8 espécies diferentes de líquenes (com frequência variada).
  4. No lado Este encontramos 4 espécies diferentes de líquenes (com frequência variada).
  5. No lado Sul não encontramos líquenes.
  6. Fomos interrompidos pela passagem de um escorpião durante a medição do lado Oeste.

Raquel Pedro