No Jardim Zoológico, menos é mais

O avanço da ciência e da forma de pensar das pessoas permitiu uma grande evolução do Jardim Zoológico nos últimos 50 anos, a nível de tratamento e exposição dos animais. Atualmente, tem como objetivos a investigação, educação e conservação de espécies.

As primeiras coleções privadas de animais remontam a 600 a.C e mais tarde, em 1515, os animais exóticos eram trazidos de viagens de Descobrimentos,  de forma a simbolizar poder e glória de reis e de nobres. Os mesmos eram mantidos em jaulas, algumas feitas de tijolo e cimento, material que facilitava a limpeza. Já outras assemelhavam-se a casas de vivência humana, não havendo preocupação com o bem estar animal, onde raramente ficavam em espaços abertos e mantinham mais de três animais juntos em espaços pequenos.

Em agosto de 1882, começaram a surgir rumores sobre a construção de um jardim zoológico. Nesta época ainda não existia, na Península Ibérica, nenhum parque deste género.

Com a alteração de mentalidades e com o avanço da ciência, os tratadores começaram a perceber melhor e a dar mais atenção às necessidades e às características de cada animal.

É nítido o progresso desde os últimos 50 anos: consoante a espécie, cada animal tem o seu espaço adaptado de acordo com o seu habitat, separando-se por espécies, número e género, contribuindo para a reprodução e desenvolvimento das espécies. O apoio médico é maior e mais adequado , assim como a sua dieta diversificada e adaptada às suas necessidades nutricionais e características.

Hoje em dia, pode-se observar um espaço cuidado com muita aproximação ao habitat natural de cada espécie. Há casos em que algumas espécies estão juntas, como por exemplo o mainá-do-Bali (Leucopsar rothschildi) e o faisão-argus (Argusianus argus argus) nas suas instalações, pois a sua junção não causa discórdia pelo espaço e pela alimentação.

Esta instituição conta com uma grande variedade de plantas, a maioria exóticas, cuja origem está interligada à história de criação do jardim. Antigamente, em jaulas e jardins, não havia componentes verdes, com o objetivo de melhor visionamento dos animais. Segundo Diogo Gomes, biólogo do Jardim Zoológico de Lisboa, os donos das coleções queriam dar destaque aos animais e fazer com que todos os vissem sem obstáculos à frente.

Hoje em dia, há também um pensamento generalizado no que toca à fauna: parte-se do princípio que, cada vez há mais quantidade e diferentes espécies. Em resposta, o biólogo diz que “há uma tendência a ter menos diversidade de espécies para haver mais espaço, pois havendo menos diversidade de fauna, existirá mais atenção para as poucas espécies encontradas”.

O melhoramento das condições do Jardim Zoológico de Lisboa contribuíram para um melhor bem estar, para um aumento da reprodução, uma maior organização e mais espaço, para o auxílio de espécies em vias de extinção.

Francisca Ribeiro, Mariana Araújo, Daniel Monteiro, Joana Silva