Mudanças Climáticas: verdade ou fake news?

O nosso planeta está a mudar abruptamente. As calotes polares derretem a um ritmo alucinante e os oceanos sobem a uma velocidade cada vez mais rápida. No entanto, em contraste com estas alterações, a mudança nas mentalidades e hábitos dos seres humanos é lenta, o que é verdadeiramente preocupante.

Alguns líderes espalham a falsa mensagem de que as mudanças climáticas são uma mentira, mas a ciência prova-nos que são verdadeiras e assustadoras. Não há como negar: as mudanças climáticas são reais e estão a acontecer mesmo em frente aos nossos olhos.

Os fenómenos climáticos são cada vez mais extremos e o nível médio das águas dos oceanos está a subir a um ritmo alucinante. Um estudo recente, baseado em 25 anos de dados obtidos por satélite, confirma o ritmo crescente da elevação do nível do mar. Este aumento global não está a avançar a um ritmo constante, mas sim a acelerar. A taxa anual de crescimento do nível das águas do mar – cerca de três milímetros por ano – poderá triplicar, mais de 10 milímetros por ano até 2100. Caso o ritmo atual se mantenha, os oceanos podem estar, em média, 66 centímetros mais elevados até ao final do século. Esta é a conclusão de um estudo recente da Proceedings of the National Academy of Sciences.

Esta inevitável situação das alterações climáticas traz o aumento da frequência e da intensidade dos fenómenos climáticos extremos, como, por exemplo, o caso das secas, inundações, as ondas de frio e as ondas de calor. No caso específico de Portugal, pelo facto de ser um país com um clima de tipo mediterrânico, estes eventos estão a tornar-se frequentes, algo que podemos observar facilmente nas notícias dos telejornais e até nas palavras dos nossos pais e avós.

No entanto, apesar de existirem provas tão concretas e evidentes desta eminente crise natural, há uma grande falta de consciencialização sobre esta realidade na sociedade atual. Portanto, nós, jovens, temos o dever de alertar quem nos rodeia sobre este problema à escala global.

Outra questão importante que se coloca é perceber como é que cada um de nós, individualmente, pode intervir para mudar a situação. Na minha opinião, não é necessário adotar comportamentos radicais, pois, apesar de serem melhores para o ambiente, não são mantidos facilmente a longo prazo. De facto, alguns dos comportamentos que podemos adotar e encorajar outros a fazê-lo, são muito fáceis de enquadrar no nosso quotidiano. Por exemplo, podemos reduzir a utilização de automóveis e optar por transportes públicos, bicicletas ou até mesmo andar a pé. Podemos reduzir a utilização de embalagens descartáveis de plástico, optando por opções reutilizáveis de materiais mais ecológicos. Alterar hábitos de consumo, de forma a que consumamos menos e optemos por produtos produzidos com respeito pelo meio ambiente é outra opção. Muitas “pequenas” coisas poderiam ser feitas por cada um de nós e, realizadas por milhões de pessoas, tornar-se-iam significativas e impactantes.

Em suma, apesar das correntes de opinião que procuram negar as evidentes alterações climáticas, elas estão aqui e fazem-se sentir nas nossas vidas. Face à realidade, é necessário agir conscientemente, pois todas as ações produzem consequências, sejam elas boas ou más. Uma vez que o que fazemos hoje determinará o dia de amanhã, é importante darmos pequenos passos no nosso dia-a-dia que contribuam para a diminuição dos estragos deste desastre ambiental. Assim, talvez a nossa geração possa deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrou.