Mobilidade sustentável no Rock in Rio

O Rock in Rio trabalha a questão da energia e das emissões de carbono desde 2006 e em 2018 aposta na mobilidade sustentável. “Mais de 50% da pegada carbónica do evento está associada à deslocação do público” e “cerca de 60% do público proveniente da área metropolitana de Lisboa desloca-se ao evento através do carro” são as conclusões do inventário realizado às emissões do festival, informa Dora Palma, responsável da área da sustentabilidade do Rock in Rio Lisboa.

Reduzir a quantidade de dióxido de carbono libertado diariamente para a atmosfera passa pela alteração de hábitos, como optar pelo uso da bicicleta ou dos transportes públicos. Como tal, o Rock in Rio decidiu apostar em parcerias com empresas de transportes partilhados, nomeadamente a Agência Abreu, a BusUp, a aplicação de car sharing “MyTaxi”, a Carris, o Metropolitano de Lisboa, a Comboios de Portugal (CP) e a Fertagus. Esta iniciativa pretende motivar o público a adotar práticas de mobilidade sustentável, nomeadamente até à cidade do Rock e independentemente do ponto de partida.

A CP prolongou os horários, para além da oferta regular dos comboios, nas linhas urbanas desde o Cais do Sodré para Cascais e de Oriente / Roma-Areeiro para Sintra. Para além disso, destaque para o RockCARD CP, um passe que dá direito a entrar no recinto, a viajar de comboio e ainda a usufruir de um transfer da Carris. As companhias de autocarros disponibilizam viaturas em diferentes horários, com percursos alargados e os portadores de bilhetes do Rock in Rio têm direito a descontos.

Figura 1. Stand do “Mytaxi”

Uma das novidades desta edição, o BusUp Shuttle, efetua partidas para o Rock in Rio a partir de centros comerciais de concelhos limítrofes. O metro é outra das opções, uma vez que disponibiliza serviços de seis em seis minutos, com funcionamento até às 3h da manhã. Já o “MyTaxi” é uma plataforma de car sharing, em que o cliente pode chegar ao recinto do Rock in Rio com viagens até 5€ a partir de qualquer ponto da cidade de Lisboa. Para quem se desloca de/para Loures, Cascais, Odivelas, Oeiras, Amadora, Sintra, Almada, Seixal e Setúbal existe um desconto de 50%.

No entanto, a bicicleta continua a ser um dos meios de transporte mais sustentáveis. De acordo com Samuel Araújo, representante na Cofidis da bike POP, não houve grande adesão do público às bicicletas, no primeiro fim de semana do evento. O receio de experimentar, juntamente com o calor, foram as principais causas apontadas. Para Samuel Araújo é mais importante as pessoas começarem a reparar na presença do “bike park” como um espaço que podem visitar, ao invés de começarem a procurar, de imediato, as bicicletas. Na opinião do representante deste stand, este é um evento que ainda aposta num cartaz direcionado para o público jovem, o que pode ser um entrave à utilização da bicicleta.

Os visitantes podem usufruir do “bike park” até à 1h da manhã. As bicicletas ficam em segurança e ainda podem ser reparadas, se assim for necessário.

Segundo Nicolas Wallaert, diretor geral da Cofidis Portugal, esta é uma empresa parceira do festival no que diz respeito à mobilidade sustentável, pois “ao pedalar todos contribuem para a Pedalada Solidária. Cada quilómetro feito pelos utilizadores do “bike park” no percurso até ao recinto e pedalado no stand da Cofidis, reverte em apoios para a Federação Portuguesa de Ciclismo e para a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta, com objetivo de incentivar a iniciação à bicicleta”.

Figura 2. Bike Park, uma iniciativa da Cofidis

A maioria dos festivaleiros entrevistados optou pelo automóvel como meio de transporte para chegar ao recinto. Contudo,  Sofia Ferreira, que viajou em grupo desde Guimarães, referiu que o autocarro “era o meio de transporte mais económico”. Por outro lado, Maria Costa, de Setúbal, não encontrou nos transportes públicos uma alternativa viável porque a “Fertagus termina os serviços cedo”. Rodrigo Teixeira e Rita da Silva optaram por vir do Algarve de carro, uma vez que era a opção mais favorável para os dois.

 

Grupo 1

Andreia Videira, Bruno De Sousa, Filipa Murta, Sara Sousa, Susana Santa Rita