Minas de Castromil: o ouro do passado

As Minas de Ouro de Castromil, atualmente inativas, foram exploradas pelo império romano. Hoje em dia, na freguesia de Sobreira, em Paredes, o centro de interpretação está encarregue de contar a história das minas e o porquê de as terem de preservar. Já o município de Paredes e a junta de freguesia são responsáveis pela manutenção e limpeza deste património mineiro.

Inaugurado em 2013, o Centro de Interpretação das Minas de Ouro de Castromil e Banjas expõe o património mineiro de Sobreira. Este espaço apresenta uma série de evidências sobre a história e geologia das Minas de Ouro, a partir de amostras ampliadas do minério e artefactos do passado. Para além disso, o centro explica a exploração destas minas, que era feita há séculos atrás, seguindo técnicas arcaicas usadas pelos romanos. Devido à percentagem muito reduzida do minério, era necessário submetê-lo a um processo de separação rigoroso de modo a recuperar as poucas quantidades que uma tonelada de minério extraído podia conter. Para a concretizar esta separação eram usadas ferramentas como por exemplo, o martelo, a ponteira, a cunha e até a mó.

O Centro de Interpretação está instalado na antiga escola primária da freguesia.

Para além do valor histórico deste local, a sua importância como património geológico justifica a sua constante preservação. A junta de freguesia e o município de Paredes, em conjunto com o centro, têm promovido várias iniciativas como por exemplo, visitas turísticas (…) ou a rota dos mineiros, atividade onde escolas visitam os vários espaços associados às minas com o intuito de mostrar a importância destes locais aos mais pequeninos. Não são só as novas gerações que mostram interesse por este nobre local, como é o caso de João Gonçalo, Presidente da Junta de Freguesia de Sobreira, que reflete sobre a situação atual da exploração das minas “O ouro está provado que o temos, tanto aqui como em Santa Comba, mas a questão que se coloca é que muitas vezes para chegar a esse metal nobre há danos para o ambiente”.

Os números nas paredes das minas eram usados para identificação das amostras.

Nos últimos anos têm sido realizadas algumas prospeções por empresas, com o intuito de investigar a possibilidade de lucro a partir da mineração do ouro. No entanto, apesar das tentativas realizadas, nenhuma exploração foi desenvolvida e implementada. Nas minas é possível observar a diferença entre as atividades de prospeção mais recentes e as extrações feitas antigamente pelos romanos. As marcas deixadas, mas também a altura das escavações, são vestígios destes contrastes que esculpem a história deste local.         

Durante as explorações realizadas nas minas, em busca do ouro, foram produzidas elevadas quantidades de rejeitos que foram depositadas a céu aberto. Estes apresentavam um alto índice de um elemento químico cuja denominação é arsénio, que está associado ao mineral arsenopirite. Ao ser descartado juntamente com os rejeitos de exploração, ao longo do tempo tornou-se prejudicial para o ambiente, visto que resultou na contaminação da linha de água da região por estar exposto à degradação dos elementos naturais.

 

Nuno Ferreira, Margarida Bacelar, Sofia Ferreira, Catarina Alves, Mariana Fernandes, Ana Modesto, António Ramos, Guilherme Toga, Misha Taidonov, Daria Manita, Vicente Santiago, Ricardo Anjos, Rodrigo Teixeira