Lisboa – uma cidade onde o futuro já é presente

Seguindo os objetivos da estratégia Europa 2020, a Câmara Municipal de Lisboa tem procurado destacar-se no que diz respeito ao combate às alterações climáticas, às desigualdades na educação e acesso à cultura, à gestão incorrecta dos recursos, entre outras preocupações que marcam a sociedade.

À semelhança das restantes capitais Europeias, também Lisboa progride para uma maior sustentabilidade, inclusão e inteligência, no âmbito da estratégia Europa 2020. Numa altura em que Portugal recebe a notícia de que Lisboa será “Capital Verde 2020”, várias são as áreas que merecem a atenção do executivo camarário, entre as quais se destacam a mobilidade, a gestão de resíduos ou ainda a promoção de um estilo de vida mais ativo e amigo do ambiente.

Numa ótica de eficiência no uso dos recursos, a Câmara Municipal de Lisboa desenvolveu um sistema de vanguarda, que consiste numa rede de monitorização do grau de enchimento do equipamento subterrâneo de deposição de resíduos e dos vidrões de superfície no município. Acílio Mendes, funcionário do Departamento de Limpeza Urbana, explica como funciona o projeto, que diz “não depender de observação humana”. Através de censores nos equipamentos de deposição de resíduos, que permitem definir um circuito de recolha em função do grau de enchimento, é possível “saber a todo o momento qual o equipamento perto de suas casas – se podem ou não deslocar-se a ele para depositar resíduos”. Outra das iniciativas inovadoras levadas a cabo pela Câmara Municipal, no âmbito da redução de resíduos, é o projeto “Lisboa a Compostar”, que pretende reduzir 10% dos resíduos orgânicos de Lisboa. A compostagem “pode ser feita na casa de cada pessoa, desde que tenham um quintal ou uma horta”, afirma Acílio Mendes. A Câmara fornece o equipamento para a compostagem gratuitamente, assim como a formação necessária, sendo que “é apenas preciso fazer o registo no site lisboaacompostar.cm-lisboa.pt”.

Lisboa dispõe atualmente de um programa, a Rede Gira, que visa, através do uso de bicicletas, tanto clássicas como elétricas, reduzir o ruído, a emissão de gases de efeito estufa, assim como o stress a que estão frequentemente expostos os habitantes da cidade, devido ao trânsito intenso e à inflexibilidade dos horários dos transportes públicos. A Rede abrange 60 quilómetros de ciclovia, cuja extensão pretende aumentar para 150, de modo a estender os seus serviços para outros pontos da cidade.

Com o intuito de promover a cultura e hábitos de leitura, nomeadamente em crianças e jovens, a Rede de Bibliotecas de Lisboa, desenvolveu um sistema que pretende ser mais acessível para os seus utentes. Este sistema baseia-se no uso de uma plataforma digital, que permite requisitar livros disponíveis nas bibliotecas pertencentes à Rede, independentemente da localização quer do utilizador, quer do livro em questão. No caso do livro pretendido não se encontrar disponível, é possível, mediante um serviço de estafetas, fazê-lo chegar à biblioteca mais próxima do utente. A Rede tem igualmente apostado na diversificação das atividades que oferece, explorando o uso do digital – na disponibilização de jogos em equipamentos eletrónicos para os mais jovens, por exemplo – mas sempre com o objetivo último de despertar o interesse para o livro e a leitura.

Assim, apesar de grande parte destas iniciativas não dispor ainda da visibilidade que seria pretendida e de a mudança de alguns comportamentos pouco sustentáveis por parte de membros da comunidade ser uma tarefa árdua de levar a cabo, é evidente o esforço no sentido de inovar e desenvolver estratégias para fazer face aos desafios ecológicos na sociedade.

Grupo4

Bárbara Sexauer , Miguel Teotónio , Pedro Pena , Rúben de Matos