O outro lado do espetáculo

O Jardim Zoológico de Lisboa apresenta centenas de espécies, de diversos lugares do mundo, animais únicos e espetaculares, dentro os quais se destacam as aves que diariamente apresentam dois espetáculos ao público que servem também para enriquecimento ambiental.

Existem inúmeras espécies de aves desde corvos a araras, pombos a pavões. O Jardim Zoológico apresenta-as ao público nas suas gaiolas, onde o espaço é valorizado com o enriquecimento ambiental.

Por outro lado, existem também as apresentações das aves, com horários específicos. Estas aves habitam numa área restrita ao público e padecem de outros cuidados. Vivem nos bastidores, perto do local da apresentação. Aqui, existe a casa de cuidados, onde as aves são tratadas. Esta funciona como local de abrigo nos dias chuvosos.

Arara com 70 anos, na casa de cuidados.

Arara com 70 anos, na casa de cuidados.

Estas aves necessitam de cuidados redobrados por serem aves treinadas. Estes baseiam-se na pesagem diária, no doseamento das refeições e suplementos, assim como na limpeza tanto das aves como dos locais de habitação das mesmas – as gaiolas.  No espaço exterior, encontram-se outras divisões, inclusive a pequena sala dos répteis. Estes animais são introduzidos no espetáculo das aves apenas no verão, uma vez que são ectotérmicos e necessitam de calor para realizar as funções vitais. Na sala encontram-se, por exemplo, o caimão, o pitão reticulado, a iguana e a tartaruga leopardo.

As aves no seu habitat natural voam livremente, sendo isto impossível no Jardim Zoológico, dado que se encontram em cativeiro, no entanto, vivem em gaiolas espaçosas.

Apenas voam nas apresentações ao público, que servem como enriquecimento ambiental (alimentar e físico), fomentando por exemplo, o instinto de caça.

Tanto para as aves carnívoras, omnívoras ou frugívoras as refeições são preparadas numa mesma sala.  Ratos, pintos, maçãs, papaia e manga são alguns dos alimentos existentes neste local. Nesta divisão armazena-se a comida, os suplementos e as taças correspondentes a cada animal.

Ao conhecer melhor o outro lado dos espetáculos com animais como os que acontecem no jardim zoológico levanta-se a questão: Se por um lado é importante conhecer para proteger, por outro lado por se tratarem de animais selvagens, não será que estamos a interferir com os instintos naturais destas espécies e até quiçá a suscitar os interesses dos traficantes ilegais de animais?

Daniela Gonçalves, Mariana Rodrigues, Marta Branco, José Antero Loureiro, Rafael Nogueira, Diana Azevedo