JRA no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico

No passado dia 10 de Novembro, como atividade de campo do programa do Seminário Nacional JRA 2017, um grupo de Jovens Repórteres para o Ambiente visitou o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico (CRLI), na Quinta da Murta, no Picão em Mafra.

Construído em 1987, pelo Grupo Lobo, uma organização não governamental sem fins lucrativos fundada em 1985, o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico conta, atualmente, com a presença de treze lobos e dedica-se sobretudo à investigação e conservação do Lobo Ibérico, uma das quinze subespécies do Lobo Cinzento. Estes animais são bastante importantes para o equilíbrio dos ecossistemas em que estão inseridos, uma vez que, contribuem não só para a manutenção do número de indivíduos das populações de presas, como também para a reprodução diferencial entre os elementos mais bem adaptados das mesmas. O centro tem como finalidade acolher lobos que não possam viver em liberdade devido a diversos motivos, tais como: doenças, maus tratos e traumas ou historial de cativeiro ou zoológicos.

O CRLI está dividido em onze cercados, ocupando cerca de cinco hectares. No entanto, a este recinto do Grupo Lobo corresponde uma área de dezassete hectares. Neste vale podemos encontrar uma densa vegetação constituída principalmente por castanheiros, carvalhos e medronheiros, facto que se deve ao esforço da equipa do CRLI em reflorestar o terreno de forma a substituir as espécies invasoras, como os eucaliptos, por espécies autóctones.

Imagem I – Lobo Ibérico do CRLI, Beatriz Matias Ribeiro

Os responsáveis pelo funcionamento do centro tentam criar condições o mais semelhante possível ao habitat natural do lobo com intuito de recriar o ambiente selvagem inerente a estes animais. A título de exemplo tem-se a distribuição de comida em lugares distintos e a diferentes horas do dia de forma a simular a imprevisibilidade da caça; cada território apresenta também um conjunto de características propícias à existência de tocas, abrigos, trilhos e zonas com uma vegetação densa o que permite a estes lobos terem uma certa privacidade aparentando assim ser o seu habitat natural.

Até ao momento existem apenas três funcionários a exercer funções no CRLI, contudo apela-se a todos os maiores de dezoito anos interessados na preservação da vida selvagem e em particular na conservação do Lobo Ibérico, que contactem o centro e se insiram no programa de voluntariado que este possui.