Greenfest Realmente Verde?

“Há que redesenhar e repensar a sociedade, de forma a otimizar recursos.”, afirmou Pedro Norton de Matos, mentor e coorganizador do Greenfest. Pelo 10º ano consecutivo o Município de Cascais juntou empresas, associações e cidadãos no Greenfest, no Centro de Congressos do Estoril, nos dias 28 de Setembro a 1 de Outubro.

“Há que redesenhar e repensar a sociedade, de forma a otimizar recursos.”, afirmou Pedro Norton de Matos, mentor e coorganizador do Greenfest. Pelo 10º ano consecutivo o Município de Cascais juntou empresas, associações e cidadãos no Greenfest, no Centro de Congressos do Estoril, nos dias 28 de Setembro a 1 de Outubro. Num evento que tem a sustentabilidade ambiental como mote, como é que além de informar sobre as preocupações ambientais, estas são tratadas in loco, pelos diversos participantes?

Otimizar recursos implica reutilizar e reaproveitar os resíduos produzidos, evitando também a sua produção. No Greenfest são diversas as fontes de produção de resíduos, desde o lixo produzido pelos próprios visitantes, como pelas bancas de Street Food e dos parceiros presentes no evento.
A gestão dos mesmos é feita através de diversos pontos de reciclagem distribuídos tanto pelo recinto interior como exterior, que tanto visitantes, como promotores utilizam com bastante facilidade. No entanto, apesar desta preocupação ser efetiva, tendo em conta os objetivos do evento, não é evidente a preocupação para reduzir a quantidade de resíduos produzidos no decorrer do festival, principalmente no que diz respeito ao plástico, como é exemplo as águas distribuídas nos auditórios das conferências que poderiam facilmente ser substituídas por garrafas de vidro.

Nos stands de Street Food está presente a preocupação sobre o uso de produtos biológicos

Nos stands de Street Food está presente a preocupação sobre o uso de produtos biológicos, que a maioria usa nas suas confeções. Porém, as embalagens utilizadas na   distribuição dos produtos aos consumidores são maioritariamente de plástico. E, após a venda assume-se que a responsabilidade do destino das embalagens é apenas do consumidor. Os bens alimentares não utilizados ao final do dia tendem a não ser a preocupação principal dos vendedores, uma vez que “não se justifica pela pequena quantidade de alimentos não comercializados”, como referiu a responsável comercial da Parisboa, um dos stands presentes no evento. Assim, não procuraram parcerias com projetos que combatem o desperdício alimentar, tal como a Refood.

Os parceiros principais, que marcaram presença no evento, bem como quaisquer outros stands comerciais têm variadas estratégias de divulgação. Maioritariamente os de cariz comercial, tendem a abordar os visitantes oferecendo variados produtos, sendo que grande parte deles envolve a utilização de materiais de plástico em grande quantidade. Outros parceiros utilizam como meio de promoção folhetos informativos ou outros documentos em papel, considerando um obstáculo a superar a implementação de ferramentas tecnológicas de divulgação, tais como painéis interativos e tablets. No entanto outras alternativas já foram colocadas em prática, como a oferta de livros pedagógicos e brindes alusivos diretamente às atividades que partilham com o público.

Em suma, o Greenfest é uma iniciativa única em Portugal com preocupações ambientais, visando a sustentabilidade, todavia ainda existem alguns desafios a superar, para que o ideal de “partilhar um mundo melhor” se torne cada vez mais uma realidade.

Joana Pedro, Carolina Gomes, Duarte Belo