Fazer a diferença local, vale a pena?

Pedro Macedo, investigador e ativista na área das alterações climáticas, afirma que para se “chegar ao sucesso juntos”, é necessário unir municípios, bem como a sua sociedade em que se saiba dar uso aos seus recursos próprios e característicos. No entanto, na forma mais prática, Pedro Macedo, integrante do Projeto “Municípios em transição”, considera que “nenhum município ainda decretou emergência climática, até ao momento” onde são muito haveis a fazer declarações simbólicas.  E para isso, é necessário estar à altura do desafio.

Pedro Macedo no Seminário Eco-Escolas 2020

Como  ativista climático, afirma que, tal como Greta Thunberg disse em eventos passados, “temos de sair dos nossos sacos quentinhos”, uma vez que “temos de fazer para ontem” ou mudamos num nível drástico. No entanto, se a mudança for realizada de forma mais planeada, é possível encará-la de “uma forma positiva”. É necessário estar “preparado para sair à rua, para apoiar os jovens, pois estão a fazer um trabalho fabuloso em termos de mobilização”, realça Pedro Macedo. Ao afirmar isto, encoraja os jovens a serem pessoas participativas e realça que é “necessário apoiar estes jovens” para seguir em frente. Uma das formas que este investigador encontrou, foi em colaborar com o Projeto “cientistas pelo futuro”.

No contexto das alterações climáticas, este ativista refere que “são um processo simples, por sabermos que provêm das emissões de CO2 (dióxido de carbono)” e não só. Podendo adotar medidas, como desligar a torneira, entre outros. Por consequente, isto causa incómodo na indústria petrolífera e no ambiente político, uma vez que são assuntos mais delicados que envolvem a relação entre pessoas e empresas. Logo, é uma “revolução que temos de criar”, diz Pedro Macedo.

Pedro Macedo em entrevista para os Jovens Repórteres do Ambiente

Como medidas a adotar, “para ontem”, existem duas que são essenciais: a utilização de painéis solares, dadas as suas características benéficas para o ambiente, ao invés da utilização (atual) de refinarias, que são prejudiciais ao ambiente e “correm o risco de explodir”, levando assim a dois paradigmas: ou “um novo mundo, muito mais agradável, ou correr o risco chegar ao caos climático”, cabendo assim à sociedade “escolher o seu mundo”.

Portanto, na lógica de 2000, onde se garantia a perspetiva de alterar comportamentos, mais lentamente e de uma forma modernamente, atualmente não “temos 10 anos para consertar”, os estragos que se foram fazendo ao longo de muitos anos.

 

João Pedro Costa