Exploração de calcário na serra de Aire e Candeeiros e suas adversidades

Em Portugal, o calcário é uma das rochas mais abundantes e assim sendo umas das mais importantes a nível comercial, sendo utlizada em diferentes áreas como na agricultura e na indústria do cimento. Atualmente, no nosso país, a maior parte da sua extração é feita na zona da Serra de Aire e Candeeiros. Podemos observar algumas pedreiras na área da Benedita, na zona da serra virada para oeste.

Mas pouco se conhece do trabalho necessário a para extração deste material tão utilizado no nosso dia-a-dia. Hoje, em Portugal, existem leis que influenciam a exploração do calcário, o local, a quantidade que pode ser explorada e a recuperação das pedreiras depois de feita a exploração. Estas leis são fundamentalmente três, embora existam outras, mas estas são as mais importantes, pois visam diminuir o impacto no ambiente e na paisagem. É estritamente necessário apresentar planos que sigam as leis, pois a aprovação é extremamente rigorosa assim, como a apresentação de análises do solo que comprovem que a quantidade existente no local é suficiente para o começo da exploração

Depois de o plano ser aprovado e das análises serem apresentadas, a exploração pode ser iniciada. Existem varias técnicas de acordo com a inclinação do terreno a ser explorado, por exemplo, se a superfície for horizontal, é feita uma primeira cavidade para se poder inserir o serrote que irá cortar na horizontal, permitindo assim o corte de blocos de maiores dimensões.  Mas se a superfície for vertical ou inclinada inicia-se a extração com um corte na vertical e depois na base, ficando um pedaço de rocha separado da sua bancada. A rocha é então tombada e cortada em partes mais pequenas (bloco), para facilitar o seu transporte.

Os processos antes referidos apresentam alguns contras que põem em causa a segurança dos trabalhadores, a qualidade do calcário e a velocidade de extração.

Uma das maiores adversidades, que este processo da extração em geral enfrenta é causada pelas chuvas ácidas, que diminuem a qualidade do calcário e corroem o metal da maquinaria.

As chuvas ácidas causam uma maior erosão no calcário fazendo com que a pedra fique mais frágil, podendo causar uma quebra no bloco durante o processo de extração, pondo os trabalhadores em perigo e a qualidade do material em risco, fazendo com que haja uma diminuição do valor na venda do produto.

Já na maquinaria, a corrosão do metal que a longo prazo irá provocar diversos danos que iram atrasar a extração.

Por outro lado, a extração desta pedra tem impactos ambientais, tais como.

  • O carbonato de cálcio não é solúvel na água por isso precipita.
  • As águas com dióxido de carbono provocam a dissolução do calcário originando hidrogenocarbonato de cálcio.
  • A elevação de temperatura provoca a transformação do hidrogenocarbonato de cálcio em carbonato de cálcio

António Silvério, Eduardo Nobre , Gonçalo Nicolau , Guilherme Costa