Braga, 3ª cidade mais congestionada do país

Levantamento foi realizado por um dos maiores líderes de navegação e mapeamento – o TomTomTraffic Index. Cidade de Braga aparece na 3ª posição e a capital na 1ª.

Trânsito em Braga

Braga é a 3ª cidade mais congestionada do país. É apontado no referido estudo que os bracarenses passam, em média, 24 minutos no trânsito diariamente, o que perfaz um total de 88 horas por ano.

 

Ainda segundo dados analisados pelo TomTom Traffic Index, o congestionamento em escala global aumentou 57% entre 2018 e 2019, e apenas 63 cidades registaram diminuições dignas de nota. Se por um lado, com o congestionamento passamos a acreditar que a economia está a crescer e atrair maior fluxo de bens e mercadorias e também mais turismo para a nossa cidade, por outro lado também surgem as inquietações com relação ao ambiente e a mobilidade.

O futuro é urbano. Mas é uma boa notícia para o planeta?

Uma cidade deve ser projetada para os automóveis ou para pessoas?

Arquiteta Filipa Corais, chefe da divisão e Fátima  Pereira

Essas e outras questões foram esclarecidas numa reunião com a  Arquiteta Fátima Pereira e Arquiteta Filipa Corais, chefe de divisão, do Gabinete da Mobilidade da Câmara Municipal de Braga.

Segundo Filipa Corais “A cidade de Braga, durante muitos anos foi construída, como outras cidades, em função daquilo que eram as necessidades do automóvel”. O espaço público foi sendo desenhado e as cidades foram crescendo em função do tráfego, onde os automóveis tiveram e ainda têm o seu protagonismo. “Toda a organização do espaço público e das cidades surgiu em função dessa realidade” rematou Filipa Corais. Isso fez com que as cidades se voltassem cada vez menos para o peão e se preocupassem cada vez menos com o domínio do contacto entre a população, encaminhando a sociedade para algum egoísmo, porque, “quando estamos num automóvel, estamos a assumir uma postura mais individualista, sendo que a interação é muito menor do que quando fazemos o caminho a pé ou utilizamos os transportes públicos, por exemplo” deu como exemplo Fátima Pereira.

Humanizar a cidade, bem como promover modos sustentáveis de locomoção, aumentar a segurança rodoviária, através da redução da velocidade de circulação e melhorar a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida são alguns dos objetivos do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Braga, que, apesar de a sua elaboração em Portugal ser ainda facultativa, Braga assume ser prioritário. 

Filipa Corais informou que “Obras para implementação das “Zonas 30” já arrancaram  em quatro zonas de Braga (nos quarteirões da Makro, Torre Europa, Quinta da Fonte e Montélios). Todas zonas urbanas onde habitam mais de 15 mil pessoas, obras estas orçadas em dois milhões de euros”.

A limitação dos 30km/h nas estradas deverá garantir, tanto em áreas residenciais  como nas proximidades de escolas, que ocorra uma redução da velocidade de circulação, a existência e gravidade de acidentes, a poluição sonora e ambiental, bem como melhorar a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida.

“Uma coisa é certa: para aproveitarmos ao máximo a vida nas cidades, teremos de controlar a nossa paixão pelos automóveis e adotarmos novos hábitos. Por nós. Pelo futuro das novas gerações. Pelo ambiente”.