Em Ílhavo, as Alterações Climáticas Deram à Costa

O Município de Ílhavo, no distrito de Aveiro, corre grandes riscos de perda de território devido à subida do nível médio da água do mar, causada pelas alterações climáticas. Neste sentido, em 2010 iniciou-se a discussão e a criação de um plano sobre os impactos que estas podem ter no concelho, sendo que até à data já investiu mais de um milhão e duzentos mil euros.

As alterações climáticas levam à subida do nível da água do mar, ao aumento da temperatura e à elevada precipitação. A primeira consequência é a que mais preocupa os aveirenses, pois por ano, o nível médio das águas do mar tem subido, cerca de um metro. Como este concelho é delimitado por costa atlântica, e por uma ria, está sujeito a catástrofes como inundações, cheias urbanas e erosão costeira.

Ílhavo foi um dos 26 concelhos em todo o país que iniciou, em 2015, uma Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, um protocolo desenvolvido com a AdaPT – Adaptação às Alterações Climáticas. Segundo Luís Rabaça, Engenheiro Ambiental da Câmara Municipal de Ílhavo, a CM de Ílhavo foi mais além, passando para o plano de ação com medidas concretas. “São medidas muito diversas, não só de implementação no terreno, pois pretendem também delinear a estratégia que vamos por em prática a médio e a longo prazo”, afirma o engenheiro.

Figura 1 – Luís Rabaça – Engenheiro Ambiental da Câmara Municipal de Ílhavo

Algumas das medidas passam por requalificar e proteger as zonas mais sensíveis e potenciar o turismo interno, criando projeções sobre cenários futuros, tendo em conta a vulnerabilidade atual.

Este protocolo pretende ainda sensibilizar os munícipes, tanto os adultos como os jovens, através de projetos como o projeto Bag Risk que está a ser desenvolvido na EB 2,3 da Gafanha da Encarnação, e que questiona os jovens sobre o que estes levariam numa mochila se se encontrassem numa situação de catástrofe climática, como uma inundação.

Figura 2 – Preparação do areal para construção do bar

O reforço dos cordões de mar com a subida da cota das dunas e com a reflorestação dunar, a colocação de regeneradores dunares e a relocalização dos equipamentos e infraestruturas na zona costeira, são algumas das medidas postas em prática nos últimos quatro anos.

As praias da Barra e da Costa Nova encontram-se em grande risco e já sofreram intervenções como a colocação de areia artificial, visto que as dunas servem como barreiras que mantém o areal, e a reposição do bar Sétimo Ano de Praia, alterando a sua localização para uma zona mais protegida como já tinha acontecido com o bar Offshore.

De acordo com o engenheiro ambiental da CM de Ílhavo “falta criar um plano de monitorização contínuo e também perceber a necessidade de novas obras de engenharia pesada com estudos científicos fundamentados”.

O planeta Terra está a enfrentar uma emergência e as alterações climáticas estão a evoluir mais rápido do que a comunidade científica esperava, de acordo com mais de 11 mil cientistas de todo o mundo no artigo da revista BioScience. Assim, é incerto se estas medidas serão suficientes para proteger Ílhavo e os seus habitantes das consequências das alterações climáticas.

Grupo A1

Francisco Pereira, Lara Chamusca, Leonor Pires, Maria Lima, Mariana Alegre, Marta Teixeira, Sofia Santos