De Rio Tinto a “rio branco”

Movimento em Defesa do rio Tinto juntamente com a câmara de Gondomar e do Porto inicia projeto inovador para a despoluição do rio Tinto.

Onde fica o rio Tinto?

A cidade de Rio Tinto deve o seu nome ao rio que lá passa. O rio nasce no lugar Montes da Costa, em Ermesinde, concelho de Valongo e segue para as cidades vizinhas de Gondomar, Maia e Porto.

Rio poluído

O rio Tinto encontrava-se extremamente poluído. Os estudos realizados pela Faculdade de Engenharia e pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade do Porto apontavam para um valor de coliformes fecais, metais pesados e nitratos 100 vezes superior ao permitido por lei. As causas foram atribuídas às oficinas que trabalhavam com óleos (apesar das 34 inquiridas apenas 23,5% descarregavam no rio). Porém, não eram os únicos culpados da poluição. De facto, uma vacaria admitiu despejar os dejetos no próprio rio. Para além disso, no que toca aos residentes do município, apenas 5% destes confessaram utilizar o rio como meio de descartar os resíduos. Na verdade, também a Lipor foi acusada de poluir este curso de água. Fernando Leite (diretor da entidade) esclarece que “atualmente a situação já está resolvida. Já não poluímos o rio. A reabilitação das águas do rio Tinto é possível, no entanto demorará algum tempo”.

Um novo rio!

Em 2009 surgiu um projeto para construir uma linha de metro a passar pelo rio. Para esse feito seria necessário entubar o rio, ou seja, cobrir com uma estrutura sólida o curso de água. Os habitantes têm diferentes opiniões. Alguns defendem o projeto que evita a ocorrência de cheias, outros consideram que a estrutura afeta a paisagem natural. Maria Conceição Loureiro, vogal da Junta de freguesia afirma que o entubamento “ não resolve o nível de poluição e além disso tira toda a beleza que um rio pode dar a uma cidade”. Sendo necessária uma intervenção mais profunda a Junta de Freguesia de Rio Tinto, o Movimento em Defesa do rio Tinto, a Câmara Municipal do Porto e Gondomar estão a trabalhar num projeto intermunicipal com o objetivo de instalar um interceptor que enviará os poluentes diretamente da ETAR do Meiral para o rio Douro que, por ter um caudal maior, consegue dissolver mais matéria. Assim,   junta-se o parque Porto Oriental ao novo Parque Urbano de Rio Tinto criando um passadiço de 6,5 quilómetros agradável para visita. O projeto está orçado 9,7 milhões de euros e deverá ser terminado em maio ou junho de 2019. Porém, será suficiente para o rio voltar a ser utilizado como fonte de vida fluvial? O que nós poderemos fazer para prevenir um novo desastre ambiental?

 

Fontes: Jornal de Notícias ; Timeout.pt ; Vivacidade.org

Diana Moreira, João Perdigão, Maria Bacelar