Correntes de mudança no Parque do rio Ferreira

O parque do Rio Ferreira, que serve a cidade de Paredes há 4 anos está afetado sobre diversos problemas ambientais, que estão a condicionar a vida da população. Nomeadamente, o rio encontra-se bastante poluído devido aos despejos indiscriminados, o que afeta bastante a biodiversidade local.

O parque do Rio Ferreira é um parque que une as freguesias de Lordelo e Rebordosa, em Paredes. Este local, com uma área de cerca de cento e quarenta e cinco metros quadrados, foi inaugurado a 18 de setembro de 2017, em prol do projeto de requalificação de zonas ribeirinhas das duas freguesias.

O parque é caracterizado por um programa, “Eco-caminhadas”, com o propósito de envolver a comunidade com o desporto e a natureza ao longos de seis quilómetros à beira do Rio Ferreira e dos seus afluentes. Neste espaço lúcido estão presentes várias espécies autóctones, como o Carvalho ou o Salgueiro-preto. Porem, também existem algumas espécies invasoras, como a erva da fortuna, que impedem o crescimento de espécies autóctones. O rio Ferreira, que atravessa este parque, conecta os concelhos de Paços de Ferreira, Valongo, Paredes e Gondomar. Este desagua no rio Sousa, em Gondomar, ao fim de 43 km de percurso.

Este rio, onde antigamente se tomava banho, está agora coberto de diversos problemas ambientais. Umas das maiores adversidades é a utilização de tecnologias desadequadas de filtração na ETAR de Arreigada, que causa o desaguamento de resíduos para o rio. Este problema é muitas vezes causado pelo excesso de oleosidade nos resíduos enviados para a ETAR, devido a despejos de óleo no saneamento. Consequentemente, é frequentemente relatado um mau odor, água turva, espuma, além da redução de biodiversidade. “Na pesca, este era um dos melhores rios truteiros, agora não é nada”, “isto é uma vergonha” afirmou o senhor Manuel de 73 anos residente em Lordelo.

A falta de biodiversidade no rio é consequência da má gestão do mesmo, resultado da falta de formação dos responsáveis de limpeza, do uso indevido da maquinaria e da remoção de lamas através de jatos que levam à sua acumulação mais a jusante. Além disso, as pessoas que procedem à remoção das plantas invasoras fazem-no de uma forma ineficiente, deixando os rizomas.

O professor Ângelo Neto, de educação física, é o atual Presidente da Assembleia Geral da Associação de protecção dos Rios Sousa e Ferreira, utiliza, para registar, reconhecer e controlar as espécies de plantas existentes no parque do rio Ferreira, tanto as autóctones como as invasoras. Esta organiza várias iniciativas que procuram melhorar a qualidade ambiental do espaço.

Foram pensadas várias soluções, entre elas tubos para aliviar as descargas de águas residuais no rio. No parque também é possível encontrar outras problemáticas como a falta de caixotes do lixo, fazendo com que exista uma maior quantidade de resíduos no solo. Tendo em conta os problemas que afetam a qualidade do parque, está a ser planeado um investimento para a ampliação da ETAR, contudo ainda não há uma data definida para a sua realização.

“Todos os sábados venho aqui caminhar e o rio está a melhorar”, alegou o senhor António Coelho de 71 anos. Apesar de todos os problemas que afetam este parque, entre a má qualidade da água do rio, a presença de resíduos sólidos no solo e problemas relativos com a biodiversidade, várias soluções estão a ser propostas. As mudanças individuais (nomeadamente, evitando a deposição de óleos para o saneamento), aliadas a uma nova ETAR podem vir a dar uma nova vida a este parque.    

Anna Rodriguez, Beatriz Morgado, Susana Silva , Leonor Silva, Inês Lourenço