Chá Europeu – “Pacto Ecológico Europeu: Catalisador de Recuperação Económica”

Desta vez, a tradição do chá e dos bolos quentes não teve presença neste serão protagonizado pelo ambicioso Pacto Ecológico Europeu. Esta conversa, num contexto informal e com uma linguagem acessível, teve lugar na reunião Zoom organizada pelos jovens embaixadores do Parlamento Europeu na passada sexta-feira, dia 15 de janeiro.

Este é um dos muitos “chás europeus” que vão ocorrendo ao longo das semanas nas reuniões organizadas pelos alunos e professores proativos do Clube Europeu do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, em V. N. de Famalicão. Estes jovens, conscientes da importância da intervenção cívica na vida da Europa, contaram com a participação de 4 oradores familiarizados com a questão ambiental: a eurodeputada Isabel Carvalhais, o economista José Roquette e os estudantes do curso de Engenharia Física e Tecnológica, membros do núcleo Ambientalista do IST, Rita Santos e Paulo Figueiredo.

Na sua intervenção, Isabel Carvalhais explicou, de forma simples e didática, a importância deste “roteiro” para tornar a economia europeia mais justa, sustentável e coerente a nível ecológico e social. A sua carreira fortemente ligada ao ensino permitiu-lhe apresentar pertinentemente diversas ações concretas que nos permitem, no dia-a-dia de um cidadão comum, alcançar os ambiciosos objetivos deste pacto. Tudo isto sem esquecer a questão da inclusão social, que representa uma grande preocupação para a doutorada em Sociologia.

A eurodeputada também alertou para um perigoso pensamento que tem vindo a crescer na população europeia devido à atual pandemia: a ideia de que o ambiente não é uma prioridade para a comunidade nacional e europeia. Contudo, deixou claro que travar a degradação ambiental é um objetivo urgente e prioritário para a manutenção da vida no nosso planeta, mesmo quando surgem crises sanitárias e humanitárias como a que temos vindo a experienciar.

O economista José Roquette foi pioneiro no que toca ao desenvolvimento sustentável em Portugal. Os alunos do Clube Europeu consideram, até, que este se antecipou ao Pacto Ecológico Europeu devido ao seu trabalho na Herdade do Esporão ao longo de mais de quatro décadas. Roquette apostou especialmente na construção de uma cultura de responsabilidade ambiental que resultou na implementação de práticas agrícolas sustentáveis e inovadoras. Também se preocupou em consciencializar a população para os temas ambientais. Estas ações foram reconhecidas há 2 anos em Londres, com a entrega do prémio ‘Lifetime Achievement’ a este senhor com um currículo verdadeiramente invejável.

O condecorado por Jorge Sampaio com a Grã Cruz da Ordem de Mérito considera que as medidas ambientais que adotou se podem traduzir em recuperação económica se forem aplicadas na população em geral. Com isto, deixa um alerta importantíssimo para os miúdos e graúdos: a Terra é, por enquanto, o único habitat da espécie humana, o que a torna num espaço que devemos preservar e respeitar.

Rita Santos, uma verdadeira ativista e entusiasta sobre as questões ambientais, alertou para o impacto negativo da exploração de energias não renováveis em Portugal e na Europa. Deixou também uma crítica pertinente ao apoio financeiro que estas indústrias recebem, apresentando como solução uma mudança nos sistemas de financiamento, que, na sua visão, devem apoiar urgentemente opções energéticas renováveis que constituam alternativas mais sustentáveis.

Paulo Figueiredo, ex-aluno do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, embaixador da Escola Embaixadora do Parlamento Europeu e elemento do Clube Europeu, também contribuiu com as suas palavras neste V Chá Europeu.

Partindo de Vila Nova de Famalicão para Lisboa, foi impossível para o aluno do IST deixar de notar os níveis de poluição aérea e terrestre que a capital apresenta. Estes demonstram-se exponencialmente superiores aos da sua cidade natal, o que o colocou em estado de alerta em relação à urgência na tomada de decisões climáticas. Foi esta preocupação ambiental que o levou a ser um dos fundadores do Núcleo Ambientalista do Instituto Superior Técnico, onde estuda Engenharia Física e Tecnológica.

O jovem deixa também um apelo à cidadania dos jovens camilianos, reforçando a importância do voto para que estes adultos do futuro possam ter as suas vozes ouvidas e as suas preocupações resolvidas. Sugere, também, o diálogo entre os jovens e os representantes políticos, de forma a que possam continuar a surgir projetos como o Pacto Ecológico Europeu, que significa, de facto, um avanço no que toca aos cuidados com a saúde do planeta.

Este Chá Europeu, não só pelo seu conteúdo de elevada importância para a atualidade, mas também pelos belíssimos momentos culturais proporcionados pelos criativos alunos que aqui marcaram presença, fica marcado na história da Escola Embaixadora do PE e do AECCB. O conhecimento aqui transmitido será uma ferramenta fulcral no desenvolvimento dos próximos projetos do Clube Europeu, que promete continuar a inovar e surpreender tanto na comunidade escolar, como no país e na Europa.

 

https://youtu.be/aSCf7RO9XQ8