Braga: cinzento granito, pintalgado de verde

Em Braga, as árvores que existem, algumas de espécies indígenas (ou autóctones), mas predominando as espécies exóticas, espalham-se um pouco pelo Centro Histórico da cidade, num colorido típico da época outonal. Contrastando com o cinzento dos edifícios mais imponentes, nota-se a falta da cor verde em toda a envolvente paisagística.

A presença de árvores no ecossistema urbano é fundamental e de reconhecida importância, observou-se que existem poucas árvores no Centro Histórico de Braga e que os espaços verdes destinados a lazer e contacto com a natureza são escassos, nomeadamente jardins. Estes são um forte contributo para a qualidade de vida urbana, para o bem-estar, descontração, lazer e prazer estético, uma possibilidade de contacto com a natureza. No coração de uma cidade da dimensão de Braga, os espaços arborizados proporcionariam um ambiente mais saudável, podendo funcionar como “respiração” do tecido urbano, para além de favorecerem a convivência entre diversos grupos sociais.

Em contraste com a imponência dos edifícios históricos, verifica-se uma quase ausência de espaços verdes encontrando-se apenas algumas de espécies indígenas (ou autóctones), mas predominando as espécies exóticas que, a serem ladeadas de espaços verdes, teriam um potencial de identificação com o património da cidade.

Nas palavras do professor de História e Geografia de Portugal, na EB 2,3 Dr. Francisco Sanches, Arlindo Areias, “A realidade do Centro Histórico de Braga continua a evidenciar o traçado medieval que não incluía a preocupação com os espaços verdes e/ou a plantação de árvores. Entretanto a cidade cresceu, mas manteve as limitações ambientais e paisagísticas do casco urbano inicial, existindo apenas preocupação com questões como o estacionamento, não se providenciando uma “mancha verde”.

Uma mancha verde que é possível através dos chamados “corredores verdes” e que permitem aumentar a biodiversidade no contexto urbano e promover uma mobilidade não poluente. Estas decisões podem ser promotoras de uma continuidade ecológica e cultural, essencial para a sustentabilidade ambiental de uma urbe moderna como é Braga.