Bairro Sustentável

A biodiversidade está a ser posta em causa pelas ações humanas. A fauna e a flora estão em perigo, sendo urgente criar soluções simples e eficazes para os problemas que causam esta realidade. Poderá o meio urbano dar um contributo precioso na preservação das espécies?

Existe um consumo excessivo de água, sendo que há cada vez mais pessoas no mundo a consumir este bem limitado, é urgente poupar. Os espaços relvados das cidades e vilas são grandes consumidores de água devido à frequência das regas. Para resolver este problema, a relva pode ser substituída por plantas autóctones, mais adaptadas ao clima do nosso país e resistem melhor a grandes períodos de défice hídrico como é o caso do alecrim (figura 1), do rosmaninho, do medronheiro, da urze, entre outras.

A implementação destas espécies tem um impacto muito positivo na fauna, como é o caso das abelhas cuja sobrevivência corre grandes riscos. As abelhas são responsáveis pela reprodução das plantas com flor ao serem responsáveis pela polinização, e, apesar de existirem espécies cuja polinização é feita pelo vento e pela água, os polinizadores fazem 90% deste trabalho. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, em inglês), a polinização por esses insetos gera vários milhões de dólares por ano, com a extinção dos mesmos não haveria esta quantia. Einstein dizia que “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana” (in https://www.portalraizes.com/) o que comprova a grande importância das abelhas para a humanidade, pois dois terços do que ingerimos é produzido por estas polinizadoras. A poluição, as alterações climáticas, a desflorestação e os incêndios têm vindo a destruir o habitat destas espécies e a pôr em causa a sua sobrevivência.

É urgente iniciar este processo de preservação de espécies não só no meio rural, mas também no meio urbano. Fica uma sugestão para a intervenção da Câmara Municipal de Cascais nas proximidades da Escola Secundária de S. João do Estoril – figura 2 (Rua Brito e Camacho e Rua do Centro de saúde): Substituir os relvados ou espaços com algum abandono (Figura 2) por plantas autóctones de baixo consumo de água devidamente identificadas e caracterizadas, assim como “Hotéis para insetos” (figura 3) pois para além da preservação das espécies há um contributo importante em termos pedagógicos não só para os alunos da escola como para toda a população. Só protegemos e preservamos o que conhecemos. A Biodiversidade é preciosa e a vida na Terra depende da sua preservação.

Amélia Marques; Cláudia Santana