As hortas urbanas combatem os efeitos da pandemia

Com o surgimento da pandemia, a população, com as restrições impostas pelo estado, viu-se obrigada a arranjar algumas distrações. As hortas urbanas nas cidades, para além de serem um contributo para um futuro ambiente mais limpo, são também uma ocupação bastante acessível.

Horta Urbana Comunitária das Lameiras. Foto: Diana Pires

Com a chegada da pandemia, “as hortas foram uma mais-valia” na vida de Sameiro, dona de um talhão das Hortas Urbanas das Lameiras, desde o início da pandemia.

Sameiro confessa que “sempre gostei de estar em contacto com a terra…” justificando o facto de ter agarrado a oportunidade de trabalhar a horta, numa altura em que estava mais stressada, situação criada por um confinamento forçado. Remata ainda, afirmando que, “foi o meu refúgio”. Para Sameiro, é muito importante e, por sua vez, bastante interessante a existência de hortas biológicas em Braga. “Creio que não existem muitas hortas, mas sei que há algumas. Mas, claro, gostaria que houvesse mais.”

Horta Urbana Comunitária das Lameiras. Foto: Diana Pires

A agricultora urbana aponta para o seu “pequeno tesouro” plantado:  cebolas, favas, repolhos, alhos, curgetes, alfaces, rúcula, salsa, morangos, melancia, melão e meloa, que aguarda pelo momento certo para ser colhido.

No que concerne ao uso de fertilizantes, afirma que utilizava apenas adubo proveniente da sua coelha de estimação, afirmando orgulhosamente que é “tudo biológico!”. Sameiro revelou ainda que acha importante ter uma horta biológica: “Psicologicamente, é de facto uma mais valia e estarmos a “cuidar” de produtos biológicos, sabendo que são fundamentais para o nosso bem-estar e para a nossa saúde física e mental”. Sameiro Palmeira, conclui, valorizando a qualidade dos produtos biológicos, em comparação com os produtos disponíveis nos supermercados, “Não tem nada a ver! Os produtos biológicos são muito mais saborosos e mais frescos.”


A Horta Urbana das Lameiras nasceu com o propósito de proporcionar aos seus proprietários, maioritariamente cidadãos da união de freguesias, um contacto direto com a terra, possibilitando ainda que colham produtos hortícolas biológicos para consumo próprio.

É uma área com cerca de 900 metros quadrados, composta por 20 talhões, tendo cada talhão cerca de 45 metros quadrados. É proibida a plantação de árvores, devido à sombra que  pode causar nos restantes talhões, e também a utilização de fertilizantes químicos para ser tratada de “horta biológica”. Cada proprietário tem de respeitar um compromisso de comportamento e manutenção do seu espaço e não prejudicar os restantes.

Diana Pires, Madalena Ribeiro