Alterações climáticas e as consequências na nossa costa

A subida do nível do mar, e consequentemente as inundações que origina, são uma grande preocupação na atualidade. No futuro as zonas urbanas serão as mais afetadas, uma vez que estão menos preparadas para enfrentarem estes fenómenos e por concentrarem muita população, mas as praias, e nomeadamente as da região centro e norte, têm sofrido todos os anos recuos de costa de dimensão considerável.

Cada vez mais o tempo passa!… E cada vez podemos observar com mais intensidade as consequências das alterações climáticas em algumas regiões. Por sua vez, os fenómenos meteorológicos extremos estão a tornar-se mais comuns e mortíferos. De acordo com as previsões, para as próximas décadas estes impactos irão intensificar-se ainda mais.

A subida do nível do mar e consequentemente as inundações são provocadas por outro fenómeno que está a acontecer atualmente e que está relacionado com o aumento da temperatura terrestre e aquática, pois a água ao ser aquecida dilata. Simultaneamente o aumento da temperatura provoca a fusão e descongelamento das grandes superfícies geladas e dos glaciares polares. Combinados, estes dois fenómenos, estão a aumentar drasticamente o nível da água do mar, provocando muitas consequências que ainda não podemos prever na totalidade.

As zonas urbanas serão as mais afetadas, pois são as zonas menos preparadas para conter este tipo de catástrofes, podendo mesmo vir a destruir uma grande parte das infraestruturas e comércios das cidades atingidas, levando em consequência, a população a sair dessas zonas. Os especialistas alertam para a possibilidade de inundação de grandes centros urbanos, que poderão levar à inundação de vários portos, por exemplo, o de Cádis, em Espanha, ou o desaparecimento de um dos portos mais importantes da Inglaterra. em Liverpool, ou ainda, o afundamento de 92% da superfície da capital da Holanda, Amesterdão. Várias praias conhecidas ou monumentos importantes também seriam submersos. Porém, existem cidades com recursos económicos, como Nova York, que tem já em andamento um plano de cerca de 19 milhões de dólares para se poder proteger da subida do nível do mar, construindo aterros, que são elevações de terra de proteção do litoral, bastante dispendiosos. Portugal não será certamente dispensado deste flagelo e os seus efeitos irão afetar várias zonas do continente que nos são muito próximas. Segundo cálculos de investigadores da Universidade de Aveiro, o mar avançará 3 metros em cada ano, logo daqui a 30 anos o mar poderá ter avançado 90 metros da costa de Aveiro.

Toda a costa ocidental de Portugal, em especial a mais perto de nós, de Espinho a Aveiro, tem sido fustigada por fortes temporais de inverno que obriga a constantes intervenções de reposição de areias e reconstrução dos passeios marítimos (ver figuras), levando a um gasto em obras públicas elevadíssimo e é já notório o recuo sucessivo da linha de praia.

Contudo, existe outra preocupação, os lugares onde as pessoas serão mais atingidas situam-se nos países em desenvolvimento, que dependem do meio natural, têm poucos recursos para lutar contra este tipo de catástrofes e são muito dependentes da ajuda internacional.  Por outro lado, estas catástrofes têm um impacto muito grande na nossa saúde, pois o mar ao avançar, poderá ser um agente de transmissão de vários tipos de doenças à população por contaminação da água potável (processo de salinização dos aquíferos que já se verifica em algumas regiões portuguesas, nomeadamente na região de Aveiro).

Entre 1980 e 2011, as inundações afetaram mais de cinco milhões e meio de pessoas e causaram prejuízos económicos que excederam os 90 milhões de euros, afetando sobretudo setores económicos como a agricultura, silvicultura, energia e o turismo.

O meio natural será também fortemente afetado, pois muitas espécies terrestres e aquáticas (de água doce) serão obrigadas a mudar para novos habitats, e se a temperatura do mar continuar a aumentar, poderá levar à extinção de espécies vegetais e animais por todo o planeta.

Webgrafia:

https://observador.pt/2019/10/29/em-2050-300-milhoes-de-pessoas-correm-o-risco-de-ser-afetadas-pelo-aumento-do-nivel-do-mar/

https://ec.europa.eu/clima/change/consequences_pt

https://www.dn.pt/vida-e-futuro/em-31-anos-a-subida-do-nivel-dos-oceanos-pora-em-risco-300-milhoes-de-pessoas-11459788.html