“ALGAR:(mais) um passo pelo Ambiente?”

Um grupo de alunos da Escola Secundária Pinheiro e Rosa, do curso de Ciências e Tecnologias do 10ºAno, turma B, no âmbito da componente da Educação para a Cidadania (temática da Educação Ambiental/Desenvolvimento Sustentável) nas disciplinas de Biologia e Geologia e Física e Química A, organizaram no passado dia 10 de abril uma palestra sobre o tratamento e valorização de resíduos sólidos, proferida por uma técnica da ALGAR. Com o objetivo de sensibilizar os colegas para as práticas sustentáveis da reciclagem dos resíduos, bem como divulgar a ALGAR, como uma empresa de referência no setor ambiental na região do Algarve, o referido grupo redigiu o artigo que se segue.

O que é a ALGAR?

A ALGAR é um Sistema Multimunicipal que engloba vários municípios do distrito de Faro, destinado ao “Desenvolvimento, Conceção, Construção e Exploração de um Processo de Recolha Seletiva, Triagem e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos do Algarve”, que foi criado em maio de 1995. É responsável pela reciclagem e separação de todos os resíduos sólidos (não recicláveis, recicláveis, orgânicos,…) do Algarve, desde a instalação de ecopontos até à sua deposição, monitorização e aproveitamento energético em aterros sanitários (não recicláveis), queima e aproveitamento orgânico (produtos orgânicos resultantes da limpeza de terrenos e matos) ou separação e posterior entrega dos materiais recicláveis a fábricas (produtos colocados no vidrão, papelão, (embalão), pilhão, REEE,…)

A ALGAR não realiza propriamente a reciclagem, limita-se a realizar a segunda fase da triagem (a primeira é a feita por qualquer cidadão ao colocar os resíduos nos ecopontos) e a passar os materiais para as fábricas.

É uma das várias empresas regionais de valorização de resíduos sólidos que há em Portugal, todas associadas à Sociedade Ponto Verde (SPV), e que é a bandeira da reciclagem no nosso país. A SPV, existe desde 1996, como entidade privada, ao contrário da ALGAR, e sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é a divulgação e a sensibilização da população portuguesa e que, simultaneamente, assume acordos com as entidades embaladoras que queiram se ver isentas da responsabilidade de gerirem e reciclarem as suas próprias embalagens.

Infraestruturas e as suas Mais-Valias

A ALGAR possui duas Unidades de Triagem, edifícios nos quais se realiza a separação mais minuciosa dos materiais colocados nos ecopontos, de acordo com as suas características: um deles localiza-se no Aterro Sanitário do Barlavento, concelho de Portimão, e o outro na Estação de Transferência em São João da Venda, concelho de Loulé.

Simultaneamente, para facilitar o encaminhamento dos resíduos, a ALGAR possui oito estações de transferência e treze ecocentros nos quais são reunidos materiais recicláveis que não entrem nos ecopontos (estes são exclusivos para embalagens), MONO’s, que são resíduos grandes (ex. secretárias) e resíduos verdes resultantes de limpezas florestais, para as pessoas/empresas que optem por não o fazer em casa.

Dispõe também de dois aterros sanitários, pois a ALGAR acabou com as lixeiras ao ar livre, nos quais são depositados todos os resíduos que não entrem em nenhuma das opções anteriores.

Sugestões /Informações importantes sobre a reciclagem

Antes de colocar uma embalagem num ecoponto:

  • Espalmar a embalagem;
  • Escorrer o seu conteúdo;
  • Só é necessário retirar as tampas e rótulos se forem de material diferente (ex. garrafas de vidro com tampas de plástico);

Algumas coisas que talvez não saiba:

  • Materiais contaminados (não limpos) ou de género diferente quando misturados com os resíduos que realmente pertencem à respetiva categoria implicam que todos! os resíduos tenham que ir parar ao aterro.
  • Ecopontos só são para embalagens!
  • Só papel e cartão (embalagens pertencentes ao papelão e facilmente desfeitas) têm que estar limpos antes de se jogar no ecoponto.
  • Os aterros não constituem uma solução definitiva, pelo qual se pede a que todos que separem.
  • De há dois anos para cá, já é possível reciclar mais resíduos, como frascos de perfume.
  • Os ECAL’s (Embalagens de Cartão para Alimentos Líquidos) pertencem ao embalão, embora sejam maioritariamente de cartão, não porque contenham algumas peças de plástico (que por acaso contêm) mas sim porque costumam vir sujas, ou seja, não podem ir para o papelão.

 

Mitos da Reciclagem

  • Lavar as embalagens;
  • Retirar as tampas e rótulos das garrafas e embalagens;
  • Colocar copos de vidro, loiças, lâmpadas e espelhos no vidrão (não pertencem lá);
  • Todos os resíduos têm que estar limpos (só os que entram no papelão);
  • Os resíduos podem ir sujos (só os que não entram no papelão);
  • Os tetrapaks/ECALs pertencem ao papelão (na realidade pertencem ao embalão);
  • Embalagens de óleo e lixívia (vazios) não podem ir ao embalão (com as novas tecnologias desenvolvidas já é possível limpá-las);
  • Esferovite não é reciclável;
  • Qualquer resíduo que contenha um dado material pode ir para esse ecoponto (só as embalagens!).

Conclusão

 Foi uma sessão entusiasmante e interessante, permitindo-nos ter uma noção melhor do que é a ALGAR e a sua atividade, a que se juntou um limar de arestas aos conhecimentos da turma sobre a prática da reciclagem e a sua crescente necessidade. Para um maior conhecimento da ALGAR e a sua ação, é possível obter visitas nas instalações e ações de sensibilização em http://www.algar.com.pt

A necessidade de reciclar é cada vez maior e está nas mãos de cada um de nós resolver um problema que foi somente por nós criado.

Para tal basta que se faça uma pequena ação cada dia.

Maximilian Kaiser, Joni Felisberto, CiciYang, Stefania Cristea