“Aldeias de Xisto, o novo objetivo de vida”

São cerca de 27 as Aldeias do Xisto existentes em Portugal. Atualmente, estes locais são bastante procurados a nível turístico e, por esse motivo, vários investidores têm apostado em reconstruir estas aldeias.

Atualmente a Lousã destaca-se pelas suas aldeias de xisto. Esta é uma região com características biogeofísicas bem marcadas, onde se pode encontrar o xisto escuro utilizado para a construção destas casas, pois é a rocha mais abundante. É uma área montanhosa que forma no horizonte um mar crespo de montanhas. 

As aldeias de xisto são um destino, que ao longo dos anos, e a partir da reconstrução de casas e construção de alguns estabelecimentos, têm conseguido afirmar-se como um território único para turistas e residentes. A relação com a natureza é o principal motivo para o aumento desta procura. O Turismo de natureza é intrínseco à forma de estar dos habitantes, das instituições e dos agentes turísticos.

A Serra da Lousã conjuga de forma única, a vertente cultural e natural das Aldeias do Xisto. Nesta região, podemos encontrar, quase metade das aldeias de xisto existentes, num total de 12 aldeias (Aigra Nova, Aigra Velha, Candal, Casal de São Simão, Casal Novo, Cerdeira, Chiqueiro, Comareira, Ferraria de São João, Gondramaz, Pena e Talasnal) abrangendo os concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo e Penela.

Fig. 1 – Maquete de uma casa típica de uma aldeia de xisto, que se encontra no Ecomuseu da Serra da Lousã.

A origem do nome de uma das aldeias, Chiqueiro, presume-se que venha do facto de existir um número significativo de imóveis e construções rústicas para cortes de animais, provavelmente pertencentes ou ocupados por pastores vindos da Serra da Estrela e que vinham pastorear os seus gados para a Serra da Lousã.

Nesta aldeia está localizada a Capela da Senhora da Guia, partilhada com os habitantes do Casal Novo e Talasnal. Parece ter sido o templo mais importante dos três existentes nas aldeias da serra, dado que esta chegou a ter um pároco residente. Em 1964 foram encontradas, nesta aldeia, jóias e espadas pertencentes à princesa Peralta. 

A aldeia do Casal Novo encontra-se localizada nos refúgios da Serra da Lousã e desenvolvida na encosta de declive acentuado. As únicas construções tradicionais e de utilização pública são a fonte com o seu respetivo tanque e eira, que serve como miradouro para os turistas tirarem partido da vista da serra da Lousã.

Foi em 1885 que foi registrada a maior população residente nesta aldeia, 65 habitantes, mas desde 1981 que a aldeia não regista qualquer habitante permanente. 

A aldeia de xisto do Talasnal é, neste momento, a aldeia que mais tem atraído visitantes pela sua oferta de alojamento local e alguns serviços de proximidade.

A aldeia é atravessada por trilhos pedestres e de BTT e por caminhos que nos conduzem ao Alto do Trevim, ao Castelo da Lousã ou à Senhora da Piedade.

Atingiu o seu máximo de população residente em 1911, com 129 habitantes, possui uma escola e dois lagares de azeite. 

Atualmente, vários investidores têm apostado na revitalização destas aldeias, através da manutenção do tradicional, da garantia das condições de segurança para a população e da preservação do ambiente. Nos últimos anos, existiu um aumento significativo do fluxo do turismo que poderá vir a provocar pressão nas infraestruturas e na degradação ambiental destes locais.

 

As Aldeias de Xisto são um destino turístico para quem procura conectar-se com a natureza. Cada vez mais, a tendência é o aumento do fluxo de turistas, sendo necessário um equilíbrio constante, para a manutenção da qualidade de vida e preservação ambiental.

Francisca Ribeiro , Jéssica Oliveira , Maria Catarina Lobo, Nuno Ferreira, Raquel Rodrigues