Agricultura Biológica: Um presente com futuro

Desde sempre a agricultura ocupou uma grande parte da população portuguesa. Porém, hoje em dia, cada vez é mais notório o abandono desta atividade. O que é preocupante, pois é o setor mais importante da economia, embora o menos lucrativo. Esta atividade já não se pratica tanto devido ao envelhecimento demográfico. Os mais idosos já não ensinam aos mais novos as técnicas agrícolas, pois os mais novos já não têm tanto interesse, não querem seguir esta profissão.

Desde sempre a agricultura ocupou uma grande parte da população portuguesa. Porém, hoje em dia, cada vez é mais notório o abandono desta atividade. O que é preocupante, pois é o setor mais importante da economia, embora o menos lucrativo.

IMG_3155.jpg

Esta atividade já não se pratica tanto devido ao envelhecimento demográfico. Os mais idosos já não ensinam aos mais novos as técnicas agrícolas, pois os mais novos já não têm tanto interesse, não querem seguir esta profissão.

Algumas das poucas pessoas que ainda praticam a agricultura artesanal com uma forte componente biológica, fazem-no para entretenimento, a produtividade destina-se ao auto-consumo e não para o mercado. O que é mau, pois leva ao aumento das importações, principalmente de produção intensiva não integrada.

O abandono da agricultura acontece também devido à falta de viabilidade económica das explorações, o que acaba por promover a emigração.

Desde os romanos que a Lusitânia, mais tarde parte de Portugal são reconhecidas boas condições para a sua prática, que não há em mais nenhum sítio da Europa.

Para a agricultura ser rentável, tem de se produzir na quantidade certa, o que não acontece com a agricultura biológica, que, por definição, é um modo de produção que visa produzir alimentos e fibras têxteis de elevada qualidade, saudáveis, ao mesmo tempo que promove práticas sustentáveis e de impacto positivo no ecossistema agrícola.

Sendo assim, os agricultores recorrerem à agricultura intensiva, onde existe um uso intensivo dos meios de produção e na qual se produzem grandes quantidades, onde são utilizadas técnicas inovadoras e há mais qualificação.

Para obter elevados níveis de rentabilidade e produções fora de época, a agricultura intensiva recorre a produtos químicos. Os mais usados são os pesticidas, os fungicidas, herbicidas e fertilizantes, e extremamente preocupantes, por deixarem resíduos perigosos nos alimentos, nos solos e nas águas, voltam a entrar na cadeia alimentar. Os agroquímicos provocam sérias consequências para o ambiente, entre elas: degradação do solo pelo uso intensivo de seus recursos, assoreamento de rios, redução de áreas naturais, perda de recursos genéticos animais e vegetais através de contaminação, queimadas, destruição de florestas, contaminação de lençóis freáticos.

A contaminação dos lençóis freáticos acontece quando os agrotóxicos são espargidos nas lavouras e ficam penetrados no solo e com as chuvas são assim levados nos lençóis freáticos prejudicando a qualidade das águas e consequentemente dos seres vivos que delas dependem.

Muitas dessas substâncias não perdem as suas características destrutivas, ficando alojadas nos corpos dos seres vivos mesmo após serem cozidos. Logo, quem ingere a carne desses animais ou dessas plantas, está a ingerir um alimento contaminado.

Ressalta-se que, essas substâncias não são visíveis a olho nu, e acarretam muitos danos aos lençóis freáticos que perdem sua qualidade e pureza, fazendo com que fiquem cada vez mais escassas as fontes de águas não contaminadas.

Em Portugal, pratica-se muito este tipo de agricultura moderna, porém também ainda existe produção biológica e tradicional. No entanto, é mais cara do que a agricultura modera, o que leva as pessoas a comprarem a mais barata. Logo a que faz menos bem e não dando lucro ao país, obrigando-o a ir comprar ao estrangeiro.

Se os custos ambientais fossem contabilizados, concluiríamos que a agricultura biológica é muito mais barata.

É preferível praticar agricultura biológica, pois é mais saudável, proporciona uma alimentação mais rica e saudável, com melhor sabor: os produtos tem o seu verdadeiro aroma e sabor autênticos.

Todos gostamos de degustar uma banana da Madeira, mas ao fazê-lo não temos a consciência de que muitas delas vêm de pequenas explorações, que usa como fertilizante a manta morta e a água que vem da serra através de quilómetros de levadas. Daí o seu peculiar sabor, que não encontramos nas outras que são muito mais baratas.

Mas há pelo país fora outros bons exemplos de quem se dedica à produção biológica como a Aromáticas Vivas ou o Cantinho das Aromáticas e muitas outras empresas do ramo alimentar, onde cada vez mais, vemos os selos de produção integrada ou biológica.

É este o caminho que a agricultura tem de percorrer para se tornar rentável, atrair empresários e fixar populações.

Ao longo de vários anos, a nossa escola, através da sua horta pedagógica, tem demonstrado a toda a comunidade que é possível a agricultura biológica e que é nela que se deve apostar para bem do nosso futuro.