A Alfarrobeira, o ouro negro do Algarve!

Antes era comida para pobres e animais, mas agora está na moda, é o ouro negro do Algarve. Neste artigo explico porque a alfarrobeira é mais sustentável e pode render muito mais que uma laranjeira ou abacateiro. Devemos todos plantar alfarrobeiras e é já!

Antes era comida para pobres e animais, mas agora está na moda, é o ouro negro do Algarve! O Algarve produz 95 % de todas as alfarrobas em Portugal e depois de Espanha e Itália, Portugal é o país que mais alfarrobas produz no mundo!

Foram os Árabes que introduziram a alfarrobeira no Algarve. A árvore gosta de verões quentes e secos e não gosta de muita água, que faz com que é uma arvore muito sustentável para a nossa região, pois infelizmente chove cada vez menos por causa do aquecimento global. Um outro nome para a alfarrobeira é ‘a árvore que nunca morre’. A árvore pode ter séculos de idade e dá frutos até uma idade muito avançada. As sementes nos frutos quase sempre têm a mesma forma e peso. É por isso que antigamente eram usados como pesos em medições de precisão, por exemplo, pesando ouro ou diamantes.

Hoje em dia ainda se usa a medida “arroba” que é igual a quase 15 kg e este ano a arroba já chegou ao valor histórico de 45€. As vagens maduras estão cheias de açúcares e têm um alto valor nutritivo porque têm muitas vitaminas, minerais e antioxidantes. A alfarroba pode ser utilizada para muitos produtos. A utilização mais comum é para a produção de ração animal, mas a alfarroba também é usada como substituto do chocolate. A farinha de alfarroba é de cor escura e é usada para bolos, pães e bolachas, e é um importante substituto de trigo, especialmente nesta altura em que o trigo vai ser mais caro por causa da guerra entre Ucrânia e Rússia.

A alfarroba ainda é usada para fazer licor, xarope e cerveja. Como tudo isso não bastasse, as sementes da alfarroba podem ser moídas em goma de alfarroba, de cor branca, que é usado como agente de ligação para molhos, sopas, tortas, pudins e comida de bebé. Por fim, a indústria cosmética e farmacêutica também usa goma de alfarroba e o que sobrar ainda pode servir como biocombustível.

Infelizmente nos anos 80 cortaram muitas alfarrobas para criar espaço para construção ou para laranjeiras. Por sua vez, hoje em dia as laranjeiras são cortadas para deixar espaço para abacateiros. Mas na verdade a alfarrobeira pode render muito mais que laranjeiras ou abacateiros e é melhor para o ambiente porque gasta muito, mas mesmo muito menos água e ainda é de fácil manutenção e requer poucos cuidados.

João Pedro Brito da Mana