Qual o futuro dos ex-líbris das Caldas da Rainha?

parqueA preservação das árvores assim como a manutenção do parque, onde muitas existem é fundamental para sobrevivência do mesmo. A arquiteta paisagista, Cristina Reboleira, destacou a grande importância histórica e a urgente necessidade de manutenção.

De uma importância inegável e de uma preponderância enorme nas Caldas da Rainha, o património histórico presente nesta terra constitui um importante marco na própria riqueza da história de Portugal. Desde o hospital termal, passando pela Mata Rainha D. Leonor e pelo Parque D. Carlos I, podem verificar-se muitas peculiaridades que tornam estes lugares numa referência a nível do património português.

A mata Rainha D. Leonor foi mandada plantar pela própria para proteger o hospital. Com inúmeras alterações até aos dias de hoje, esta mata já foi vítima de imensas “remodelações” desde a plantação de uma parte nova mandada plantar por Rodrigo Berquó com inúmeras inovações. Era um espaço frequentadíssimo pela corte real e pelo povo, visto que constitui um espaço verde muito calmo e propício à descontração.d carlos

O parque D. Carlos I, construído em 1889, é um exemplo de como Rodrigo Berquó conseguiu inovar e rejuvenescer a cidade de Caldas, mais concretamente os seus espaços verdes.

Entre as espécies locais e espontâneas situadas na mata Rainha D. Leonor encontram-se espécies protegidas como o sobreiro, o falso azevinho e o carvalho português, uma das espécies mais antigas lá encontradas. Neste mesmo local, existe o maior loureiral do país e uma das maiores concentrações de plátanos.

A existência de espécies invasoras, tais como a pittosporum undulatum e a acácia prejudicam o crescimento e o desenvolvimento das plantas locais. À cerca de 30 anos, um fungo denominado grafiose afetou gravemente os ulmeiros, diminuindo a quantidade destas árvores.

No Parque D. Carlos I é possível encontrar as faias de cor púrpura, eucaliptos, conhecidos como árvores dos cachimbos, o cedro do Líbano e do Buçaco bem como a árvore mais jovem, a Ginkgo biloba.

Este é utilizado por muitas pessoas para atividades culturais e de lazer, tendo alguma procura turística. Contudo várias pessoas optam por não o visitar, dado que a sua vasta área e alguma falta de iluminação criam a sensação de insegurança.

É notória a falta de manutenção desde a degradação de um dos pavilhões anexo ao hospital, aos relvados em mau estado, às sargetas partidas, aos caminhos mal traçados, e à inexistente identificação dos diversos tipos de vegetação, entre outros.

Por consequência, as pessoas continuam a não ter acesso a informação sobre o parque não valorizando as espécies existentes, acabando por não se sentirem motivadas a visita-lo. Com as melhorias dos aspetos referidos é previsível um aumento de turistas e com isso o desenvolvimento económico da região.

É urgente que os decisores políticos tomem ações face à desconsideração de uma importante parte do património português, pois se nada for feito muitas  espécies acabarão por se perder.

Grupo A3

Andreia Barros, Andreia Morgado, Bárbara Cadete, Beatriz Cardoso, Carolina Ramos, David Martins, Danilo Correa, Diogo Mata, Fernando Gonçalves, Francisco Corredoura, João Domingues, Mara Pinto, Marta Ribeiro, Mónica Santiago, Patrícia Santos, Rafaela Colaço, Roksolana Stefuryn, Tomás Costa, Filipa Murta