Problemática do lixo marinho – Perspetivas de diferentes gerações

O lixo marinho tem vindo, cada vez, mais a ameaçar a vida selvagem, existindo atualmente cerca de 6,4 milhões de toneladas de lixo nos oceanos. Tendo isto em consideração, realizaram-se seis entrevistas na região de Lisboa, durante o mês de março, para conhecer as perspetivas dos portugueses sobre esta problemática.

Ribeira de Rio de Mouro poluída com uma garrafa de plástico

De acordo com os padrões de produção e consumo, as quantidades de lixo marinho encontradas nas águas e zonas costeiras não são surpreendentes. Os impactes do lixo afetam diretamente sociedades, economias e a biodiversidade tanto em áreas costeiras como marinhas. (Sobral et al., 2015)

O lixo marinho é qualquer material sólido persistente, fabricado ou processado que é descartado, eliminado ou abandonado no ambiente marinho e costeiro. Este lixo consiste numa ampla variedade de materiais, incluindo plástico, metal, madeira, borracha, vidro, têxteis e papel.

A idade dos seis entrevistados varia entre os 9 e os 61 anos e a sua formação escolar vai do primeiro ciclo ao ensino superior.

Todos eles dizem pensar que o lixo marinho é todo o tipo de resíduos que vão para o mar, afirmando que é um problema ambiental pelos efeitos nefastos na saúde, seja em humanos, animais, ou no ambiente. Segundo estes, o lixo vem das industrias e alguns acham que provem também da atividade humana. Todos eles afirmam que o destino do lixo é o mar (superfície e costa), mas apenas um deles mencionou o fundo do mar.

Todas as pessoas encontraram beatas e materiais de plástico. Algumas encontraram latas, pacotes, garrafas de vidro (na areia), e no mar algumas encontraram pensos, roupas, preservativos e muito plástico.

Ecopontos na Escola Profissional de Ciências Geográficas

Os indivíduos entendem que é um problema catastrófico, ambiental e ecológico que tem que ser resolvido, devendo constituir uma preocupação mundial e individual. No entanto, nem todas realizam a separação seletiva do lixo. Todas elas o depositam no caixote orgânico, no entanto apenas algumas depositam o lixo em caixotes separados. Uma das pessoas já participou numa atividade de limpeza no jardim botânico.

A maioria considera necessário intervir para solucionar esta problemática, designadamente através de publicidade insistente ou de uma educação ambiental para que os mais jovens e adultos fiquem sensibilizados. Cabe então a cada um de nós adotar atitudes e comportamentos adequados que contribuam para a resolução deste problema.

Referência Bibliográfica:

Sobral, P., Antunes, J., Ferraz, M., Ferro, F., Frias, J., Raposo, I. P., Quaresma, S., Louro, P., Oliveira, M. (2015). Lixo Marinho: um problema sem fronteiras. Parceria Portuguesa para o Lixo Marinho. Associação Portuguesa do Lixo Marinho, Monte de Caparica, Portugal. Monte de Caparica, 2015.

Carina Dias , Belmiro Pontes