“Pelos caminhos do lixo… a caminho de uma cidade melhor”

 

Pelos caminhos do lixo

Pelos caminhos do lixo…a caminho de uma cidade melhor!

 

Numa tarde de Fevereiro, fomos conhecer a Valorlis e partilhamos convosco algumas informações que obtivemos, esperando que  olhem para o lixo de uma outra forma. Nós explicamos.

A Valorlis é uma estação de valorização e tratamento de resíduos sólidos que se encontra em Leiria. É responsável por tratar  e encaminhar o lixo proveniente de uma área de cerca  297km2:  Marinha Grande, Leiria, Porto de Mós, Pombal, Batalha e Ourém.
A Valorlis é a melhor recicladora do país e trabalha em várias vertentes : uma que engloba o tratamento dos produtos provenientes dos “ecopontos” – os resíduos  recicláveis; outra que tem a ver com o tratamento e destino final dado aos resíduos sólidos indiferenciados, que são colocados pelos habitantes nos contentores que existem nas várias localidades- os resíduos não recicláveis; estes resíduos destinam-se depois ao “aterro sanitário” e dão origem ao biogás, usado na produção eletricidade. A Valorlis  possui ainda uma central de valorização orgânica, ou seja,  uma central em que os resíduos sólidos urbanos que vêm das regiões acima descritas são transformados  em fertilizante agrícola.

 

Como é que isto tudo funciona?

 

Os produtos que são provenientes dos ecopontos passam por um processo chamado “Triagem”, que consiste na separação dos produtos por tipo de material, sendo formados “fardos”, para depois seguirem para a fábrica respetiva que fará a reciclagem, transformando plásticos, embalagens e papel em múltiplos materiais e objetos renovados. As instalações da Valorlis são na maioria automatizadas, possuem tecnologias treinadas para a identificação dos materiais como os sensores óticos, ímans para separar os materiais com características magnéticas, entre outros.
O Aterro é um enorme terreno para onde são direcionados todos os resíduos sólidos indiferenciados. Os resíduos são colocados por camadas e separados por camadas de terra, para melhor decomposição.
Todos os cuidados são aplicados no Aterro. O terreno é muito bem impermeabilizado para que o lixo não se infiltre no solo, para não contaminar os lençóis de água que poderíamos vir a ingerir. A decomposição dos resíduos resulta no biogás que, através de um processo complexo , gera energia elétrica, e resulta também no corretivo orgânico, um fertilizante natural que não pode ser utilizado em hortas normais que produzam alimentos que serão  ingeridos ao natural (como as alfaces, por exemplo)  mas sim em terrenos com alimentos que, por exemplo, crescem em árvores.
O Aterro possui ainda  um sistema de  controlo de odores. Assim quando se deteta que o cheiro da decomposição é intenso e o vento o empurra para a população, o sistema  neutraliza as moléculas do odor, tentando  não incomodar a comunidade.
O que tem isto tudo a ver consigo, comigo e com todos nós?

 

Os resíduos que não são orgânicos, ou seja, os resíduos que deveriam ser postos nos ecopontos, são produtos fabricados pelo homem e, como tal, são feitos de materiais não orgânicos que levam dezenas, e alguns até levam centenas de anos a decompor-se! Quando colocados nos contentores de lixo habituais,  chegam ao  Aterro – e aí não há triagem possível – atrasam significativamente a decomposição dos resíduos orgânicos e ocupam espaço desnecessário. Esse espaço que não deveria estar a ser ocupado interfere com o planeamento e pode criar problemas.
Não nos podemos esquecer que reciclar é o equivalente a  poluir menos. Primeiro, deveremos reduzir os consumos, depois deveremos reutilizar o mais possível, por exemplo, as embalagens, os sacos e finalmente reciclar. Ao reciclar não estaremos a produzir mais lixo, mas sim a transformar o velho em novo. Reciclar é um processo que começa em cada um de nós, pois se não separarmos  o lixo, nunca haverá reciclagem alguma – sem o teu gesto, sem o seu contributo, todos estes caminhos não vão dar a lado algum.

Separação dos lixos? Sim, todos a deveriam fazer, para ajudarmos o ambiente, o Planeta Terra, a nossa casa. Mas infelizmente as percentagens neste domínio são baixas e estamos longe das metas que temos de atingir nos próximos anos: o tempo escasseia! É preciso agir, agir já!

Agora que já “passou” pelos caminhos do lixo, siga connosco a caminho de uma Marinha Grande, de nome, e grande amiga do ambiente.
Para o ambiente melhorar, o melhor é reciclar.

 

Joana Azevedo, 13 anos

Cristiana Domingues, 14 anos

Diana Silva, 13 anos

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Joana Azevedo, Cristiana Domingues, Diana Silva