Central Hidroelétrica de Carcavelos em Góis

A Central Hidroeléctrica de Carcavelos foi construída, com o objetivo de fornecer energia elétrica a uma fábrica de papel existente em Góis. A produção de energia foi mais do que suficiente para a produção de papel, pelo que o seu proprietário optou por ceder o excedente à vila de Góis, antes mesmo da capital de distrito Coimbra ter acesso a energia elétrica.
Esta Central assegura ainda a produção de energia hidroéletrica para a Vila de Góis. O resultado médio de energia produzida, ronda os 191kw/h, podendo atingir os 550kw/h.A Central Hidroelétrica de Carcavelos, apesar de existir há mais de um século, continua em atividade e é propriedade da EDP. Foi construída por Francisco Inácio Nogueira

Fig 1. Represa da Central Hidroelétrica de Carcavelos

, proprietário de uma fábrica de papel, com o intuito de produzir energia para o funcionamento da sua fábrica. Homem rico e bondoso, que doou à vila de Góis, a produção de energia elétrica excedente. Porém, o rio Ceira não apresentava força suficiente para gerar energia, então, aproveitando a geografia do monte redondo, construiu-se um açude de forma a reter a água. Através de um túnel, com cerca de 80 metros de comprimento, a água do rio foi desviada sempre com uma cota constante para que quando chegasse ao fim do túnel cair para uma cota inferior, obrigando a água a tocar nas turbinas com uma velocidade superior, movimentando as penas (conjunto de palas côncavas centradas num eixo vertical), e consequentemente o rodízio (engenho motor) gerando assim, energia.

 

No entanto, é importante salientar que apesar das inúmeras vantagens na construção de barragens, como a produção de energia hidroeléctrica e a regulação de caudais, existem também pontos negativos associados a estas obras de engenharia. O aumento da acumulação de sedimentos a montante exige a existência de um filtro, neste caso incorporado no rodízio, de forma a eliminar os resíduos que se acumulam na albufeira, diminuindo a velocidade e volume da água transportada pelo rio. As barragens podem também constituir uma barreira à conservação da biodiversidade, nomeadamente no impedimento do contato entre indivíduos, ameaçando assim a descendência e continuação da espécie. No caso do rio Ceira, a pouca quantidade de peixes acabam por não ser muito prejudicadas pela existência de uma represa, pelo facto que serviriam de alimento às lontras e falcões.

Fig 2. Eucaliptal junto à Central Hidroelétrica de Carcavelos

É ainda importante salientar que, apesar de a antiga fábrica de papel não se encontrar em funcionamento, existem ainda alguns eucaliptais plantados na altura da construção da fábrica de papel, com o objetivo de obter pasta de papel através da exploração intensiva desta espécie invasora. O cultivo de eucaliptos implica a absorção de uma grande quantidade de água, devido às suas raízes extensas e ramificadas, o que acarreta consequências nefastas para a biodiversidade local. Também apresentam uma ação agressiva ao nível do esgotamento de nutrientes do solo, levando à diminuição da fertilidade e das toalhas freáticas.
Em suma a Central Hidroeléctrica, que ainda se mantém em atividade foi bastante relevante e vantajosa para os habitantes de Góis. No entanto, existem alguns impactes a nível ambiental, como o aumento da plantação de eucaliptos e na conservação da biodiversidade.

Grupo 2

Beatriz Ribeiro, Jéssica Coutinho, Mafalda Gonçalves, Ruben de Matos