Apontandos os “Faróis” aos Gambuzinos

De olhos postos no chão, revirando pedras e folhagem, e ouvido desperto para os ruídos, os gambuzinos tomaram forma.
img01_trabalho03Na senda dos mais esquivos habitantes de Gambelas, partimos noite dentro, de lanterna em punho e curiosidade aguçada.

Superando o cansaço, perscrutando a mata Algarvia em busca do mais ínfimo indício de actividade animal nocturna, apurámos os sentidos: de olhos postos no chão, revirando pedras e folhagem, e ouvido desperto para os ruídos, os gambuzinos tomaram forma.

Sapos e osgas comuns, rãs – verdes, aranhas e muitos insectos tornaram real a busca hipotética, aparecendo sob o olhar de observadores inexperientes. Outros residentes como o camaleão, o sardão, e as corujas – do – mato e da torre, recusaram-se a sair dos seus refúgios, e a dar alento à demanda dos jovens investigadores. Estes, porém, perseverantes, nunca perdendo a motivação, continuaram a busca, crendo sempre nos resultados que não viriam a chegar: os vertebrados mais desejados, das cobras-de- água – viperina aos cágados – mediterrânicos, negaram a sua presença.

img02_trabalho03Apesar de curto, o inventário – relâmpago prosseguiu. Apontando os “faróis” a cantos e recantos, remexendo arbustos e afinando a vista, quase víamos tudo, imaginávamos tudo.

À noite, a fauna activa após o crepúsculo, atinge o auge do seu fulgor. Não deixa, contudo, de ser discreta, e de se mostrar tímida perante estranhos jovens que trazem na mão o dia.
Em Gambelas, a farolada completou a maratona biológica iniciada pela manhã, dando a conhecer a biodiversidade nocturna. Surpreendemos, assim, os habitantes do Campus em todos os seus graus de actividade.

Há gambuzinos em Gambelas? Claro.

Trabalho realizado por: Filipa Louro (texto) e Marta Paiva (fotografia).

Filipa Louro , Marta Paiva