Pedras em trabalho de “quartzo”? É unicamente possível na Serra da Freita, no concelho de Arouca. Esta particularidade foi um dos aspetos que potenciou a criação do GeoParque de Arouca, sendo um dos dois geoparques existentes em Portugal Continental.

“Pedras Parideiras” foi o nome que a aldeia de Castanheira atribuiu ao fenómeno que consiste no desprendimento de nódulos (fragmentos de pedra) que se soltam da “rocha-mãe”. Estas são formadas essencialmente por granitos, devido à sua origem magmática plutónica, e são constituídas pelos minerais: micas (biotite e moscovite), quartzo e feldspato.
O fenómeno autóctone acontece devido às características geográficas (altitude e continentalidade), geológicas e climatéricas propícias que a Serra oferece. Todos estes fatores contribuem para a criação destes tais nódulos que só existem na Serra da Freita.
Os nódulos surgem, em primeiro lugar, com a erosão das formações graníticas causada pelo vento; posteriormente, os nódulos são desagregados do granito “mãe” através de dois fenómenos naturais denominados de termoclastia e crioclastia. Este nódulo tem a mesma composição mineralógica que o granito “mãe” mas distingue-se pela sua organização estrutural, na medida em que este tem uma camada exterior de biotite, justificando a cor escura.

 

Serra da Freita

Serra da Freita

A termoclastia está relacionada com a elevada amplitude térmica que se faz sentir no Verão, ou seja, as constantes alterações de temperatura do local. Isto provoca a contínua contração e dilatação da rocha, causando a formação de fendas. Posteriormente, nas estações mais gélidas e chuvosas, este processo desencadeia a crioclastia, que consiste na infiltração da água nas rochas congelando-a, estimulando a elevação do nódulo (diâmetro varia entre 1-12cm) e consequentemente a sua queda.
Este é um dos fenómenos que faz com que o GeoParque de Arouca se torne num ponto de interesse turístico, o que originou a construção da Casa das Pedras Parideiras, situada na aldeia da Castanheira. Desde a sua inauguração, em 2012, já recebeu cerca de 30 mil visitantes.
Graças à sua localização, é possível observar outros lugares de interesse, nomeadamente a Frecha da Mizarela – maior queda de água de Portugal Continental (75 metros de altura). Associado ao planalto da Serra da Freita existe ainda a oportunidade de contemplar a cidade de Aveiro, Porto, os cumes da Serra do Caramulo, Estrela e ainda o Oceano Atlântico.
Todas estas particularidades fazem com que o GeoParque de Arouca seja incomparável em termos de património geológico e paisagístico, tornando-o um tesouro nacional.

Autores:

João Silva, Ana Fontes, Daniela Batista, Carolina Gonçalves, Carolina Vicente, Fiona Alves, Isac Correia, Ivo Rodrigues, João Oliveira, Joaquim Rocha, Mariana Correia, Madalena Vilar, Mariana Carmo, Mariana Pinto, Mariya Ponorchuk, Miguel Almeida, Miguel de Deus, Tatiana Costa, Guilherme Antunes, Linda Graziani, Ana Costa.

Grupo A1. Coordenador- Paulo Pereira Monitora – Sílvia Carapeto.